Em nome dos civis, os comandantes da resistência ucraniana em Mariupol apelaram, esta segunda-feira, à comunidade internacional para que faça todos os esforços para retirar os civis da cidade cercada pelos russos desde 3 de março. No complexo industrial de Azovstal estarão abrigados cerca de mil civis, lado a lado com os militares.

O primeiro apelo foi do comandante do 36.º Regimento, a que se seguiu um vídeo de Denis Prokopenko, o militar à frente do Batalhão Azov, publicado na rede social Telegram. “Chamo os líderes do mundo. Neste momento, em Mariupol, na siderúrgica Azovstal, centenas de civis estão abrigados. Entre eles, estão pessoas de todas as idades, mulheres, crianças, famílias de defensores de Mariupol. Estão a abrigar-se nos bunkers do mundo russo,” diz o militar, acrescentando que “encontraram ali o único abrigo disponível ao lado dos soldados ucranianos, que ainda defendem a cidade dos invasores russos”.

Mariupol. “Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue”

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Antes dele, Sergiy Volyn, comandante da 36.º Regimento, relatava na sua conta oficial de Facebook, que a cidade não caiu, mas a ajuda internacional é absolutamente necessária. Para além das “lutas ferozes”, os militares têm ainda de proteger cerca de mil civis que se refugiaram no quartel-general da resistência. “Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue.”

Denis Prokopenko, do Batalhão Azov, afirma que os russos sabem que há civis no complexo, mas que não se importam. “Sabem que há civis e mantêm fogo na fábrica de bom grado. Eles usam bombas de queda livre, foguetes, bombas destruidoras de bunkers, todas as variedades de artilharia, tanto terrestre quanto naval para ataques indiscriminados”, acusou.

Prokopenko lembra que os russos destruíram o teatro da cidade, a maternidade, escolas, jardins de infância, hospitais, e casas e que agora oferecem evacuação da cidade em segurança. “São as mesmas pessoas. Ninguém acredita nesses bastardos. Portanto, exorto os políticos de todo o mundo civilizado a organizar um corredor humanitário adequado, garantir a sua segurança e fornecer a evacuação imediata e a proteção de civis, soldados feridos e corpos de soldados mortos, para enterrá-los com honras.”