Neste 57.º dia de guerra, Volodymyr Zelensky falou ao Parlamento português, num discurso em que invocou o 25 de Abril. O PCP, que não esteve na sala, disse que a referência foi “um insulto”.
Em Mariupol, a resistência ucraniana mantém-se, apesar de Putin ter dado ordens para desistir de invadir a fábrica de Azovstal e, por isso, ter reclamado o domínio da cidade.
No terreno, além da cidade de Mariupol, cercada pelas forças russas desde o início da invasão, o Kremlin está a conseguir avançar em direção a Kramatorsk, no leste da Ucrânia. Aliás, nos últimos dias, Putin mobilizou grande parte do seu exército para a fronteira leste da Ucrânia.
O que aconteceu durante a tarde e a noite?
- O Presidente ucraniano falou ao parlamento português, num discurso em que descreveu os horrores da guerra, em particular em Mariupol, uma cidade “tão grande como Lisboa e perto do mar”: “Está toda incendiada. Russos fizeram dela um inferno”. Volodymyr Zelensky invocou também o 25 de Abril, e pediu o apoio de Portugal ao embargo do petróleo russo e na adesão à União Europeia.
Um Parlamento vestido à Ucrânia para receber Volodymyr Zelensky, que recordou o 25 de Abril
- Ausente do parlamento durante o discurso esteve apenas a bancada do PCP, em protesto. À margem da sessão, Paula Santos, líder parlamentar dos Comunistas, disse que as referências de Zelensky ao 25 de Abril foram “um insulto”, sublinhado que associam o Presidente ucraniano ao nazismo.
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- Ao discurso de Zelensky seguiu-se o do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e declarações de apoio de vários partidos.
- O Parlamento da Estónia reconheceu formalmente as ações da Rússia na Ucrânia como “genocídio”.
- O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou um programa para acolher refugiados ucranianos e um novo pacote de 800 milhões de dólares em ajuda militar a Kiev. Biden anunciou ainda uma nova sanção à Rússia: navios russos proibidos de atracar em portos norte-americanos.
Ucrânia: EUA anunciam 800 milhões de dólares em assistência militar imediata
- A autarquia de Mariupol indicou que até nove mil corpos de residentes na cidade podem estar enterrados em Manhush, uma cidade a 20 quilómetros da localidade que atualmente se encontra cercada pelas forças russas.
- A ONU anunciou novos dados: mais de 600 mil ucranianos deslocaram-se internamente na Ucrânia nas primeiras duas semanas de abril devido ao conflito com a Rússia, elevando o número total de deslocados para mais de 7,7 milhões.
- O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusou a possibilidade de visitar a capital russa.
- A Federação Russa publicou uma lista com novas sanções a 29 personalidades norte-americanas. As personalidades afetadas incluem políticos como a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, empresários como o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, e jornalistas como Kevin Rothrock (Meduza) e George Stephanopoulos (ABC).
- O governo britânico anunciou novas sanções contra figuras de topo russas, incluindo um comandante que alegadamente foi responsável pelo massacre de Bucha.
- A organização Human Rights Watch divulgou um relatório sobre a situação em Bucha, em que fala de “um rol de aparentes crimes de guerra” durante a ocupação da cidade.
Human Rights Watch encontra “extensas provas” de crimes de guerra em Bucha
- Pelo menos seis pessoas morreram e 27 ficaram feridas na sequência de um incêndio no Instituto de Investigação Central das Forças de Defesa Aeroespacial na cidade russa de Tver.
O que aconteceu durante a manhã
- O presidente da câmara de Kharkiv, Ihor Terekhov, anunciou que os russos estão a bombardear Kharkiv, a maior cidade da Ucrânia. Quase dois mil foram edifícios destruídos ou danificados, desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia. Terekhov disse ainda que os russos estão a mudar a “distribuição geográfica dos bombardeamentos”.
- Pedro Sánchez chegou esta manhã à Ucrânia: “Comovido a confirmar nas ruas de Borodyanka o horror e as atrocidades da guerra de Putin”. Em conferência de imprensa, o presidente do governo espanhol disse que a adesão da Ucrânia à UE é vista “de forma positiva por Espanha”.
- Quatro autocarros com civis conseguiram sair esta manhã de Mariupol. Antes, a vice-primeira-ministra ucraniana pediu a abertura de um corredor humanitário para retirar civis que ainda estão no complexo industrial de Azovstal.
- Os negociadores ucranianos disseram estar prontos para conversações com a Rússia sobre Mariupol. Ainda sobre esta cidade portuária, o autarca de Mariupol acusou os russos de estarem a transportar cadáveres para Donetsk para mascarar número de vítimas.
- O ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse no Parlamento búlgaro que é necessária uma posição mais clara de apoio à Ucrânia.
- Djokovic mostrou-se contra a decisão de Wimbledon de banir tenistas russos e bielorrussos. “Os jogadores não têm culpa”, disse.
- A Rússia vai encerrar consulados da Letónia, Lituânia e Estónia.
- O Governo português avançou esta quinta-feira que vai disponibilizar comunicações gratuitas a refugiados da Ucrânia.
- Zelensky fala esta quinta-feira no Parlamento, os deputados do PCP não estarão presentes e Santos Silva, presidente da Assembleia da República, diz que foi “apanhado de surpresa”.
O que aconteceu durante a madrugada e início da manhã
- Zelensky discursa esta quinta-feira no Parlamento. Os deputados do PCP não estarão presentes.
- A Rússia anunciou que desistiu da invasão à fábrica de Azovstal, em Mariupol. O Kremlin terá assim reclamado a cidade de Mariupol, mas continuam cerca de dois mil militares ucranianos a defender a fábrica de Azovstal.
- As forças russas estão a conseguir avançar em direção a Kramatorsk, no leste da Ucrânia. No relatório diário, o ministério da Defesa britânico avisa que as ofensivas russas podem intensificar-se até ao dia 9 de maio, quando se assinala o Dia da Vitória da Rússia sobre a Alemanha, em 1945.
- A Turquia acusou membros da NATO de quererem prolongar guerra na Ucrânia para enfraquecer a Rússia.
- Pedro Sánchez já está em Kiev. O primeiro-ministro espanhol chegou esta manhã à Ucrânia para se encontrar com Zelensky.
- A China mantém a sua posição em relação à guerra, continuando contra sanções à Rússia. E avisa que as sanções podem falhar.