Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram nesta quinta-feira a alocação de mais 800 milhões de dólares (738 milhões de euros) em assistência militar imediata à Ucrânia, que engloba armas e equipamentos do Departamento de Defesa norte-americano.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, indicou que esta ajuda será enviada “diretamente para as linhas de frente da liberdade”.

“O Presidente [russo, Vladimir] Putin está a apostar que perderemos o interesse, que a unidade ocidental vai quebrar e mais uma vez vamos provar que ele está errado”, declarou o chefe de Estado norte-americano.

“Estamos num período crítico em que vão preparar o terreno para a próxima fase desta guerra”, acrescentou Biden, frisando que esta nova alocação ajudará o exército ucraniano a repelir as forças russas da região do Donbass.

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Os EUA e os seus aliados estão a agir “o mais rápido possível” para continuar a fornecer à Ucrânia “as armas de que as suas forças precisam”, assegurou Joe Biden.

O Pentágono disse que esta nova parcela de ajuda à Ucrânia incluiu 72 obuseiros e respetivos veículos, 144.000 projéteis e 121 drones táticos Phoenix Ghost.

Esses novos tipos de drones “foram desenvolvidos rapidamente pela Força Aérea dos EUA para atender a solicitações específicas da Ucrânia”, disse um alto funcionário do Departamento de Defesa dos EUA.

Em comunicado, o secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, deu mais detalhes sobre a ajuda, afirmando que esta será a “oitava retirada de armas, equipamentos e suprimentos dos stocks do Departamento de Defesa para a Ucrânia desde agosto de 2021”.

“Hoje, quando a Rússia inicia a sua ofensiva renovada no leste da Ucrânia, autorizei, de acordo com uma delegação do Presidente, Joe Biden, (…) mais assistência militar imediata à Ucrânia, avaliada em até 800 milhões de dólares em armas e equipamentos do inventário do Departamento de Defesa. (…) Juntos, continuamos a apoiar a defesa da Ucrânia pela sua soberania e integridade territorial e a fortalecer a posição da Ucrânia no campo de batalha e na mesa de negociações”, disse Blinken.

“Esses esforços, combinados com o apoio humanitário e financeiro direto dos EUA à Ucrânia, o apoio à documentação de evidências dos crimes de guerra da Rússia contra civis ucranianos e os esforços contínuos para aumentar a pressão sobre a economia em ruínas de Putin ajudarão a enfraquecer a posição do Governo russo e a isolá-los ainda mais do mundo até que a Rússia termine a sua guerra não provocada e injustificada contra a Ucrânia”, acrescentou.

Ainda nesta quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que vão fornecer mais 500 milhões de dólares (461 milhões de euros) em assistência financeira à Ucrânia para ajudar o país sitiado a sustentar salários, pensões e outros programas governamentais enquanto evita a invasão da Rússia.

“Planeamos enviar essa ajuda direta à Ucrânia o mais rápido possível, para ser usada nas necessidades mais urgentes”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen. “Sabemos que este é apenas o começo do que a Ucrânia precisará de reconstruir”, acrescentou.

O novo financiamento soma-se aos outros 500 milhões de dólares em ajuda económica que Joe Biden divulgou em março.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU — a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.