O discurso habitual do Presidente ucraniano à nação foi marcado esta sexta-feira, santa para a religião ortodoxa, pela possibilidade de a Rússia atacar a região separatista moldava da Transnístria, algo que Volodymyr Zelensky acredita que vai acontecer.

“Isto só confirma o que já disse muitas vezes: a invasão russa da Ucrânia pretendia ser apenas o início, a seguir eles querem tomar outros países”, acusa o Chefe de Estado ucranaiano, aproveitando novamente para pedir o apoio da comunidade internacional e para alertar para os perigos da neutralidade. “É a resposta mais arriscada. Porque vão perder tudo.”

Com ironia, o chefe de Estado da Ucrânia disse ainda que o “território em que a Rússia devia ocupar-se dos direitos dos russófonos é a própria Rússia. Onde não há liberdade de expressão, não há liberdade de escolha. Onde simplesmente não há direito à discordância. Onde a pobreza prospera e onde a vida humana é inútil”.

Tendo sido marcadas por repetidas referências à dicotomia entre vida e morte, esta última representada obviamente pela Rússia, Volodymyr Zelensky acusa de querer “destruir completamente” a Ucrânia. “Não importa quão ferozes sejam as batalhas, não há hipótese de a morte derrotar a vida. Todos sabem disso. Todos os cristãos sabem disso. Este é um elemento básico da nossa cultura”, sublinha.

“A Rússia trouxe a morte à Ucrânia”, destaca o chefe de Estado ucraniano, sinalizando que “após oito anos de guerra brutal em Donbass, a Rússia quer destruir o nosso Estado completamente”. “Literalmente retirar aos ucranianos o direito à vida”, ataca Volodymyr Zelensky, que afirma que, para fazer tudo as forças russas fizeram “nas cidades ucranianas”, “tem de se matar o humano que há dentro de cada um”. “Porque um humano de qualquer fé simplesmente não pode fazer isso.”

Além disso, Volodymyr Zelensky manifesta-se “grato aos parceiros que finalmente” ouviram os dirigentes ucranianos. “Deram-nos exatamente o que nós pedimos. Porque sabemos que essas armas serão capazes de salvar as vidas de milhares de pessoas”, indica, reforçando que só assim será “possível mostrar aos ocupantes que o dia em que serão forçados a sair da Ucrânia está a aproximar-se”.

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