Vladimir Putin deixou, esta quarta-feira, uma provocação clara ao Ocidente. “Se alguém se estiver a preparar para interferir nos acontecimentos em marcha e criar ameaças estratégicas inadmissíveis para a Rússia, deve saber que os nossos ataques de resposta serão relâmpago, rápidos”, assegurou o Presidente russo durante uma intervenção perante o Conselho de Deputados, em São Petersburgo.
“Dispomos de todos os meios para tal”, reforçou, referindo-se ao novo míssil hipersónico, já testado, com capacidade para atingir território da Europa ocidental e dos Estados Unidos. Vladimir Putin garantiu que o tipo de armamento que a Rússia tem “ninguém se pode gabar” de ter. “E nós não nos vamos gabar. Usá-lo-emos se for necessário. E quero que todos o saibam”, sublinhou, acrescentando — em jeito de ameaça: “Todas as decisões sobre isso já foram tomadas”.
O Presidente russo também explicou que a invasão à Ucrânia se deveu a um “perigo real” que “pairava” sob a Rússia, nomeadamente a possibilidade de um ataque a território russo, que acabaria por “despedaçá-lo”.
Sobre a criação da Ucrânia, Putin disse que a Rússia, na altura da queda da União Soviética, “reagiu favoravelmente, de maneira amigável, camarada e fraterna à criação de um estado ucraniano independente”. O objetivo seria criar um “Estado amigo”, com estreitas ligações a Moscovo, estabelecendo-se as “condições mais competitivas” para o desenvolvimento dos dois países.
Contrariamente ao que havia sido a finalidade original, o Presidente russo salientou que isso tal não aconteceu; em vez disso, foi criada “uma anti-Rússia nos territórios russos históricos”. “Não podemos permitir isso”, atirou.
Menosprezando os feitos militares das forças armadas russas — que não são capazes de responder aos avanços da Rússia —, Vladimir Putin vincou que alcançará “todos os objetivos” na guerra com a Ucrânia para “garantir a paz e a segurança do povo de Donetsk e Lugansk, da Crimeia russa e de todo o país”. “Pensam que a Rússia por ser um país grande e independente é uma ameaça para o mundo, o que não é verdade”, atirou Putin.
Sobre as sanções do Ocidente, Vladimir Putin desvalorizou-as: “Passo a passo, usam todas as desculpas para implementar novas sanções e até hoje todos os planos para nos estrangularem economicamente falharam”.
Na sua intervenção em São Peterburgo, Vladimir Putin afirmou também que “o amor pela pátria é um dos alicerces fundamentais do Estado russo e o valor mais importante para a sociedade” da Rússia.