O que faz uma lata de atum Bom Petisco num pacote de ração de combate do exército russo? Para já, ninguém sabe como foi lá parar, mas a Cofaco, empresa que detém a marca de conservas, quer descobrir. O caso foi reportado por Filipe Caetano, jornalista da TVI e da CNN Portugal, que tem estado a acompanhar a guerra na Ucrânia.

Num tweet publicado este domingo, o jornalista revelou o conteúdo do que disse ser um pacote de ração de combate do exército russo, no qual consta uma lata de atum Bom Petisco, produzida em Portugal pela Cofaco.

Questionada pelo Observador, a Cofaco esclarece que “não exporta para a Rússia, não se encontra habilitada a exportar para a Rússia, nem possui conhecimento de que qualquer cliente seu, português ou estrangeiro, o faça (como artigo adquirido à Cofaco)”.

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A empresa não tem, por isso, “como explicar a presença de artigo Bom Petisco no exército russo, sendo que temos todo o interesse em fazê-lo”.

Nesse sentido, revela a empresa, a Cofaco pediu à TVI/CNN a “identificação do número de lote que consta da lata em apreço”. Através desse elemento, “conseguiremos efetuar o rastreio da lata desde a origem até à saída da empresa, circunstância que adquire particular relevância atento o facto de em março último termos feito um donativo de 24.000 latas de atum Bom Petisco Azeite, com destino à Ucrânia” destaca fonte oficial da empresa.

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Os pacotes de ração do exército, intitulados MRE (Meals Ready to Eat), são habitualmente compostos por bens não perecíveis e de fácil consumo, como enlatados ou bolachas. Desde o início da guerra, em fevereiro, tem sido reportado que os mantimentos disponibilizados ao exército russo têm sido insuficientes, e até que os soldados foram enviados para a Ucrânia com MRE fora do prazo. Em março, a CNN chegou a avançar que a Rússia pediu à China para enviar pacotes de rações para alimentar os seus soldados.