Os primeiros felizardos que encomendaram as 150 unidades do Valkyrie, o exuberante hiperdesportivo da Aston Martin desenhado pelo mago da aerodinâmica que faz vencer os Red Bull na Fórmula 1, Adrian Newey, já podem deliciar-se ao volante do modelo britânico, pelo qual pagaram 2,5 milhões de euros antes de impostos. Mas isso não levou o construtor a descurar o desenvolvimento do seu modelo mais possante, que foi apanhado a rodar no circuito italiano de Mugello, sob uma chuva que alagava a pista.

O Valkyrie, pelas palavras do seu projectista, pretende ser não o hiperdesportivo mais potente, mas sim o mais rápido e eficaz, garantindo tempos próximos dos conseguidos pelos F1 actuais. De recordar que o Valkyrie é muito leve, fruto de um chassi e carroçaria em fibra de carbono, tendo como mecânica um motor 6.5 V12 atmosférico, concebido pela Cosworth e capaz de rodar até às 11.000 rpm, o que o leva a “gritar” a alto regime de uma forma que não deixa ninguém indiferente.

Aston Martin. Patrão aperta com Valkyrie em pista

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Mas o maior trunfo do Valkyrie, que é simultaneamente o “reino” de Adrian Newey, é a aerodinâmica. Para curvar colado ao solo, sem necessitar de asas muito exuberantes que lhe roubem velocidade máxima, o hiperdesportivo da Aston Martin recorre a um chassi com efeito solo, outra forma de maximizar o apoio aerodinâmico, aumentando a velocidade em curva sem diminuir a rapidez nas rectas.

É bom recordar que ao motor V12 a gasolina, com 1014 cv, a Aston Martin alia um sistema KERS tipo F1, fornecido pela Rimac, que debita 162 cv, de forma a atingir 1176 cv. Este valor, associado a um peso de apenas 1030 kg, assegura uma relação peso/potência difícil de ultrapassar. Para se ter uma ideia concreta, equivale a ter um pequeno Peugeot 208 ou Renault Clio com 1100 cv.

Em Mugello, o Valkyrie rodou como se a pista tivesse alguma aderência, o que parecia longe de corresponder à verdade, pela quantidade de água que a cobria. Além do apaixonante “gritar” do V12, é de salientar a aparente velocidade em curva, a que não é estranho o facto de o efeito solo gerar mais de 1800 kg de downforce à velocidade máxima. Um valor que permitiria ao Aston Martin percorrer um túnel “agarrado” ao tecto.