O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou, esta quarta-feira, que a Rússia está a utilizar armas a laser em território ucraniano, algo que já foi confirmado por Moscovo. Foi Yury Borisov, membro do Kremlin que está a cargo das operações militares, quem enalteceu este facto, sublinhando que este armamento era capaz de tornar inoperacional satélites a 1.500 quilómetros da Terra.

No seu discurso diário à nação, o chefe de Estado ucraniano explicou que as forças russas estão a usar este tipo de armamento para “alegadamente” os seus mísseis não serem destruídos. “Mais de dois mil mísseis foram disparados pelo exército russo na Ucrânia e eram a maior parte do seu stock. Isto é, sobram apenas restos”, notou Volodymyr Zelensky.

Desvalorizando o papel das forças armadas russas, o Presidente ucraniano disse que Moscovo está a utilizar “soldados inexperientes, que são usados como carne para canhão”. Além disso, apontou que a Rússia emprega armas “velhas soviéticas sem proteção moderna”. “E mísseis, maioria dos quais foram utilizados pelo exército na destruição de infraestruturas civis sem qualquer desfecho estratégico”, ridicularizou.

Volodymyr Zelensky comparou propaganda nazi à russa, vincando que a Rússia está a procurar da “Wunderwaffe” — isto é, a arma maravilha. Isto torna cada vez “mais claro” que a Rússia não tem qualquer “hipótese na guerra”: “Há cada vez mais propaganda sobre a arma maravilhosa, que é tão poderosa que consegue ser um ponto de viragem para a guerra”.

“E aqui estamos, no terceiro mês de guerra total, e a Rússia ainda está a tentar encontrar a sua arma maravilha. Alegadamente a laser. E isto claramente indica o falhanço completo da invasão”, desdenhou Volodymyr Zelensky, que acrescentou: “Isto mostra que eles estão receosos de admitir os erros catastróficos que foram feitos ao mais alto nível militar na Rússia”. 

Não antevendo uma data para o final do conflito, o Presidente da Ucrânia garantiu que está a fazer de tudo para que termine “o mais cedo possível”. Volodymyr Zelensky justificou, por isso, “a extensão da lei da marcial”, esperando o apoio do Parlamento. “Kherson, Melitopol, Berdyansk, Enerhodar e Mariupol e todas as nossas cidades e comunidades que estão sob ocupação — sob ocupação temporária — devem saber que a Ucrânia vai regressar”, rematou.

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