O Fórum Económico Mundial arranca este domingo, um regresso presencial marcado por um contexto de incerteza devido à guerra na Ucrânia. A última edição aconteceu antes de ter sido decretada a pandemia da Covid-19.  Em janeiro de 2020 aconteceu essa última reunião do Fórum de Davos, quando celebrou 50 anos.

A 51.ª edição, que arranca este domingo e decorre até quinta-feira, 26 de maio, será “a mais oportuna desde a sua criação” por todos os problemas que o mundo enfrenta e que põem à prova governos e negócios, indicaram os organizadores. Não haverá participação russa, o que acontece primeira vez desde o fim da União Soviética. As empresas russas foram vetadas como parceiras estratégicas — estatuto que tem um custo anual de cerca de 600 mil euros — e, como lembra a Bloomberg, a Casa da Rússia – famosa pelo vodka gelado – não será sequer montada. Na última edição, a de 2020, os magnatas russos foram a terceira maior representação na contagem dos multimilionários.

A Rússia fica de fora. A Ucrânia terá forte presença. Por videoconferência, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participará logo no arranque das conferências, na segunda-feira.

Mas, a Ucrânia vai enviar uma delegação oficial, que será liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, aproveitando a grande concentração de figuras importantes para defender a sua causa e lançar a discussão sobre a reconstrução do país.

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“Em Davos vamos fazer o que estiver ao nosso alcance pela Ucrânia e para apoiar a sua recuperação”, disse Klaus Schwab, fundador e diretor-executivo do fórum, na apresentação do programa da reunião.

A Europa estará representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, participando ainda o chanceler alemão, Olaf Scholz, entre outros.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também se desloca a Davos, onde são esperados mais de 30 ministros dos Negócios Estrangeiros e mais de 50 ministros da Economia. De Portugal não consta na lista oficial de entidades públicas qualquer participação. O Público confirmou que António Costa foi convidado, mas não colocou Davos na agenda.

Nos participantes empresariais consta, nos documentos de Davos, a participação de Cláudia Azevedo, presidente da Sonae, e de Andy Brown, presidente da Galp, que estarão em debates diferentes a 24 de maio.

Além da guerra da Ucrânia, estarão em foco questões relacionadas com a pandemia e com as alterações climáticas. “Precisamos de uma coligação de líderes comprometidos com soluções climáticas. O mundo está ansioso por ver soluções”, afirmou Schwab.

A economia terá igualmente a atenção de Davos, numa altura em que vários países se debatem com uma inflação cada vez mais elevada, com a interrupção do fornecimento de cereais da Ucrânia devido ao bloqueio russo de carregamentos no Mar Negro, à desconfiança dos investidores e às consequências sociais da pandemia.

Para falar destes temas, o Fórum de Davos vai contar com responsáveis do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de alguns bancos centrais.

Nesta reunião são esperados mais de 2.500 participantes, incluindo cerca de 50 chefes de Estado e de Governo, mais do que os que participaram na edição anterior. E não acontecerá em pleno inverno alpino.