A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, confirmou que a zona euro está “num momento de viragem” na política monetária e “todas as condições estão preenchidas” para que se aumentem as taxas de juro. Porém, garante que a inflação elevada não está a colocar o banco central em “modo-pânico“.
A mensagem foi transmitida pela francesa em entrevista à Bloomberg TV à margem do encontro de Davos, que por estes dias reúne no Fórum Económico Mundial boa parte da elite económica e política mundial. Tal como tinha indicado na véspera, Lagarde voltou a confirmar que até ao final do terceiro trimestre (setembro) o BCE irá acabar com a política de juros negativos – numa alusão à taxa de juros dos depósitos, que está em -0,5%.
BCE admite subir taxas de juro de forma mais rápida do que apenas “gradualmente”
A presidente do BCE também tinha admitido subir as taxas de juro de forma mais rápida do que apenas “gradualmente”, uma declaração que fez o euro valorizar-se contra as principais moedas rivais. Apesar desse risco, Lagarde garantiu esta terça-feira que o banco central não está em “modo-pânico”, o que ainda assim contribuiu para que esta manhã o euro continue a sua recuperação face ao dólar, já acima dos 1,07 dólares (depois de ter tocado mínimos na casa dos 1,03 dólares nas últimas semanas).
Na entrevista à Bloomberg, transmitida na íntegra esta segunda-feira, Christine Lagarde também afiançou que uma recessão económica não corresponde ao cenário central do banco central.
Recorde-se que, ainda em novembro, Christine Lagarde visitou Lisboa e considerou “muito improvável” que se reunissem as condições para justificar uma subida das taxas de juro ainda em 2022. Cerca de seis meses volvidos, é quase certo que essa primeira subida das taxas de juro na zona euro virá já no próximo mês de julho.