O presidente da câmara de Lisboa é contra a medida aprovada pela oposição que obriga a alterações no trânsito em Lisboa, propôs uma consulta pública que adiará (para já) a implementação da medida e acusa a oposição de “prejudicar a cidade e a vida dos lisboetas”, alertando para a possibilidade de “centenas de despedimentos” devido às mudanças.

Em causa está uma medida aprovada pela oposição de Carlos Moedas que proíbe a circulação automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados e a redução em 10 quilómetros/hora (km/h) da velocidade máxima permitida atualmente em toda a cidade.

Em entrevista ao Correio da Manhã, Carlos Moedas antecipou que esta medida possa significar “centenas de despedimentos“. “Estamos a falar de 80 lojas, 15 hotéis, dezenas de restaurantes e de oito mil pessoas que frequentam as salas de espetáculos ao fim de semana”, justificou o autarca.

Em declarações à Rádio Observador, o presidente da Associação de Comerciantes da Avenida da Liberdade em Lisboa, Pedro Mendes Leal, espera que “a medida não seja implementada” e que “se faça a consulta”. “Acredito que o ideal seria que se iniciasse um processo de diálogo, entre a câmara e os atores da Avenida da Liberdade, no sentido de se trabalhar para melhorar a qualidade da infraestrutura, para reduzir as emissões de CO2, para que a qualidade de vida seja melhor”, explicou o responsável.

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“De acordo com o que acaba de ser estimado por uma consultora internacional, uma redução da velocidade máxima em toda a cidade pode ter um impacto de 200 milhões de euros por ano, uma vez que vai prolongar os tempos de viagem em Lisboa, fazendo com que cada veículo gaste mais quase 29 horas nas suas deslocações nesse período”, explicou Carlos Moedas na entrevista ao CM.

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Carlos Moedas lamentou a forma como “tudo foi feito e apresentado” e atacou os partidos que permitiram a aprovação da medida: “Do que Lisboa não precisa seguramente é de medidas avulsas, precipitadas e não consensualizadas que mais parecem ações de cosmética ambiental sem qualquer estudo ou sustentação.”

O autarca considerou que há quem continue a “fazer política de costas voltadas com a cidade” e acusa a oposição de “não deixar governar quem venceu as eleições”. Mais do que isso, o presidente da autarquia está preocupado com as consequências desta medida.

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