Depois de ter surpreendido com o MC20, a Maserati volta à carga com a versão descapotável do coupé com motor central e tracção traseira. Ao novo spyder chama (apropriadamente) Cielo, porque aquilo que mais distingue esta variante é o tejadilho retráctil, que abre ou fecha electricamente em apenas 12 segundos, deixando o condutor de cabelos ao vento ou protegendo-o dos pingos de chuva que ameaçam cair.

Sucede que, habitualmente, os descapotáveis recorrem a tejadilhos em lona ou a hardtops em chapa, o que não é o caso. A cobertura do novo MC20 Cielo é em vidro. Não um vidro qualquer, mas sim um capaz de variar na transparência ao toque de um botão. É também o maior do segmento e garante o desejável isolamento térmico e acústico, assegurando que o ruído a bordo é “reduzido”, segundo a marca.

Com 909 mm de comprimento, 615 mm de largura e uma superfície superior a meio metro quadrado (5268 cm2), este tejadilho que estimula um “sentimento de céu” recorre à tecnologia de cristal líquido disperso em polímeros (PDLC), sendo o resultado de um trabalho desenvolvido pela Maserati em associação com a Webasto. A marca do tridente não hesita em afirmar que esta solução “estabelece o benchmark no segmento”.

Para garantir que o tejadilho não interfere com a aerodinâmica, esta versão do MC20 foi alvo de uma série de modificações testadas em túnel de vento. As entradas de ar do compartimento do motor foram reposicionadas e incorporadas novas saídas para maximizar a extracção de ar quente da mecânica, com a Maserati a afirmar que a monocoque em fibra de carbono e materiais compósitos assegura uma maior rigidez torsional, embora o peso tenha aumentado apenas 65 kg face ao superdesportivo fechado.

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A alma do MC20 Cielo continua a ser o V6 a 90º biturbo de 3,0 litros, estreado no coupé e montado em posição central, que passa às rodas traseiras 630 cv às 7500 rpm e 730 Nm de binário a partir das 3000 rpm, oferecendo uma relação potência-peso de 210 cv/litro. O Nettuno, assim se designa este bloco a gasolina, herda da Fórmula 1 o sistema de combustão com duas velas e injectores por cilindro (injecção indirecta no colector de admissão a uma pressão máxima de 6 bar e directa na câmara de combustão até 350 bar), e está acoplado a uma caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades. Continuam a existir cinco modos de condução (Wet, GT, Sport, Corsa e ESC Off), cada um identificado com uma cor diferente, mas a forma de activá-los muda, pois o Cielo estreia um selector digital com um pequeno ecrã onde é exibida a informação relativa ao modo de condução e calibração da suspensão, a qual é ajustável e em alumínio forjado para conter o peso.

De série, o MC20 Cielo passa a contar com volante em Alcântara e acrescenta aos sensores de estacionamento, às câmaras traseiras e ao sistema de monitorização do ângulo-morto do MC20 MY2022, mais funcionalidades. Nomeadamente a leitura dos sinais de trânsito, a travagem autónoma de emergência e o sistema Surround View 360°, para facilitar as manobras de estacionamento. Mantém-se ainda o sistema de som Faber Sonus que, de acordo com a Maserati, “foi especificamente optimizado” para se adaptar às necessidades acústicas do Cielo.

Como extras, o destaque vai para o sistema que permite fazer variar a altura ao solo até aos 40 km/h, permitindo ao descapotável elevar hidraulicamente o eixo frontal em 50 mm, para vencer inclinações ou ultrapassar obstáculos com mais facilidade. Opcionais são também o sistema eléctrico de regulação da direcção, que acrescenta 700 g ao peso do desportivo italiano, e as novas jantes de liga de diamante ou em fibra de carbono, sendo que esta última opção permite cortar o peso em 30 kg comparativamente à versão standard.

O MC20 Cielo não é esperado em Portugal antes de 2023 e vai ser proposto por valores a partir de 340.000€, ou seja, 25.000€ a 30.000€ a mais face ao coupé. O descapotável do tridente começará por produzir a PrimaSerie Launch Edition, limitada a 65 unidades, uma das quais virá para Portugal e será comercializada por 430.000€.