A Rússia avisou esta quarta-feira que a entrega da novas armas às forças ucranianas “reforça o risco” de um confronto militar com os Estados Unidos da América.
“Qualquer entrega de armas que continue, que aumente, reforça o risco de tal desenvolvimento”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Ryabkov, à agência RIA-Novosti, citado pela agência francesa AFP.
O diplomata considerou ainda que os apoios dos Estados Unidos aos ucranianos visam infligir uma derrota estratégica à Rússia. “Isto não tem precedentes precedentes e é perigoso”, declarou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros aos jornalistas.
Também hoje, o porta-voz do Kremlin acusou os Estados Unidos de estarem a alimentar a situação na Ucrânia ao forneceram rockets de maior alcance ao país. “Acreditamos que os Estados Unidos estão deliberadamente a deitar gasolina para o fogo”, declarou Dmitry Peskov, de acordo com a Reuters.
O Presidente dos Estados Unidos anunciaram esta terça-feira o envio de rockets de maior alcance para a Ucrânia, conhecidos como HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System). A iniciativa faz parte de um pacote de 700 milhões de dólares (653 milhões de euros) cujos pormenores serão relevados esta quarta-feira.
Estes sistemas têm um alcance de cerca de 80 quilómetros e representam um reforço significativo das capacidades das forças ucranianas, que têm recebido sistemas com um alcance de 40 quilómetros.
Desde o início da guerra, que entrou esta quarta-feira no 98.º dia, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem recusado fornecer à Ucrânia sistemas de lançamento de foguetes de longo alcance capazes de atingir a Rússia, apesar de Kiev ter pedido esse tipo de armas.
Com o novo armamento, as forças ucranianas poderão “atingir com maior precisão alvos-chave no campo de batalha na Ucrânia”, disse Biden, num artigo que assinou no jornal The New York Times, na terça-feira. “Não estamos a encorajar a Ucrânia e não estamos a dar à Ucrânia meios para atacar fora das suas fronteiras”, acrescentou.
No mesmo artigo, Biden referiu que os Estados Unidos não pretendem que a NATO entre em guerra com a Rússia, nem o afastamento do Presidente russo, Vladimir Putin. “Enquanto os Estados Unidos ou os nossos aliados não forem atacados, não estaremos diretamente envolvidos neste conflito, quer enviando tropas norte-americanas para combater na Ucrânia, quer atacando as forças russas”, assegurou.
Segundo Biden, os Estados Unidos não estão a “encorajar ou a permitir que a Ucrânia ataque para além das suas fronteiras”, nem pretendem prolongar a guerra “apenas para infligir dor à Rússia”. “O objetivo da América é simples: Queremos ver uma Ucrânia democrática, independente, soberana e próspera com os meios para se dissuadir e defender contra novas agressões”, acrescentou.