A situação em Severodonetsk permanece difícil. As tropas russas controlam 80% destaca cidade no leste da Ucrânia, afirmaram esta quarta-feira as forças de Kiev. Já esta quinta-feira, o ministério da Defesa do Reino Unido confirmou que a maior parte de Severodonetsk está nas mãos de Moscovo.
Na mais recente atualização sobre o conflito, que está no 99.º dia, o Ministério britânico garante que a Rússia “continua a obter ganhos constantes” na região de Severodonetsk, possibilitados por “uma forte concentração de artilharia”. Ainda assim, as forças do Kremlin sofreram perdas no processo.
A situação no Donbass permanece crítica, nomeadamente nas cidades de Severodonetsk, Sloviansk e Lysychansk. O Presidente Volodymyr Zelensky, porém, fala em “algum sucesso” por parte das tropas ucranianas no terreno.
A tarde foi ainda marcada por anúncios de novas sanções norte-americanas, restrições europeias a empresários russos e promessa de armamento a Kiev por parte da Suécia. Da Rússia, surgem notícias de que mais generais foram demitidos e que Vladimir Putin pode mesmo estar com um cancro em fase avançada.
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Situação torna-se mais crítica em Sloviansk. “A melhor solução é a evacuação”
O que aconteceu durante a tarde e início da noite
- O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez uma atualização sobre a situação no Donbass na sua mensagem diária, publicada na noite desta quinta-feira. Admitindo que a situação no terreno “não mudou significativamente” ao longo deste dia, Zelensky quis manter-se, porém, otimista. “Tivemos algum sucesso nas batalhas em Severodonetsk, mas ainda é cedo”, afirmou o Presidente ucraniano. Cidades próximas como Lysychansk e Bakhmut estão a enfrentar “um ataque russo poderoso”, reconheceu.
- Os intensos combates em Severodonetsk, na região de Lugansk, forçaram a interrupção da retirada da população, segundo o governador da região, Sergui Gaidai, que também informou que 80% da cidade foi ocupada pelos russos.
- Em Sloviansk, a situação tornou-se mais crítica, com as autoridades ucranianas a darem conta de um intensificar dos bombardeamentos e a pedirem aos civis que abandonem a cidade. Já não há eletricidade nem água na cidade.
- Cerca de 60% de todas as infraestruturas e edifícios residenciais da cidade de Lysychansk, no Donbass, foram destruídos. A informação foi dada por Oleksandr Zaika, responsável da administração civil e militar local, à Associated Press.
- As forças ucranianas dizem ter conseguido avanços na zona de Kherson, atualmente ocupada pelas tropas russas, libertando “oito quilómetros de território ocupado”.
- O antigo Presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou esta quinta-feira que a Rússia deve ripostar e atacar os “centros de decisão”, caso Kiev utilize armamento que lhe foi fornecido pelos Estados Unidos para atacar “os territórios russos”.
- O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, garantiu esta quinta-feira que a aliança atlântica está em contacto com a Turquia para encontrar um “caminho unido” em relação às preocupações do país de Erdogan relativamente à adesão da Finlândia e da Suécia. Stoltenberg disse ainda acreditar que a guerra na Ucrânia “terminará na mesa de negociações”.
- Os EUA adicionaram 17 novos indivíduos russos à lista de sancionados, incluindo Sergei Roldugin, um amigo próximo do líder russo, e Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. O Departamento do Tesouro impôs sanções a empresa que terá quatro dos “iates preferidos” de Putin.
- O Parlamento Europeu vai proibir imediatamente a entrada de empresários russos em todas as suas instalações, como em Bruxelas e em Estrasburgo, anunciou hoje Roberta Metsola, presidente do PE.
- O Governo sueco anunciou hoje a sua intenção de realizar um terceiro envio de armamento para a Ucrânia, que inclui sistemas de mísseis anti-navio, lançadores de foguetes e munições.
- Depôs de uma reunião com os chefes de governo estaduais, o chanceler alemão, Olaf Scholz, realçou que todos concordaram em reforçar a infraestrutura de abastecimento e impulsionar as energias renováveis no país, para diminuir a dependência energética da Rússia.
- Os serviços de informação norte-americanos pensam que o Presidente russo, Vladimir Putin, foi submetido a um tratamento contra um cancro avançado em abril e que, no mês antes, foi vítima de uma tentativa de assassinato. A notícia foi avançada por três fontes à revista Newsweek.
- Os serviços secretos ucranianos interceptaram uma chamada onde um soldado russo garante que 200 homens recusaram cumprir ordens em Donetsk. “Quase mataram o general Solodchuk”, diz Kiev.
- O Presidente russo Vladimir Putin decretou a demissão de cinco generais e um coronel da polícia, de acordo com uma notícia do canal de televisão russo RBC.
- A Guarda Nacional da Rússia — a Rosgvardia — acusou Ben Grant, filho de uma deputada britânica, de fazer parte do grupo que matou um comandante checheno, Adam Bisultanov.
- Empresas e terras do Estado ucraniano irão ser “nacionalizados” na região de Zaporíjia, que é controlada pela Rússia, segundo Andrei Trofimov, vice-chefe do governo local imposto por Moscovo.
- Na Moldávia, a proibição da transmissão de notícias russas na televisão foi aprovada esta quinta-feira no parlamento — só são permitidos programas de entretenimento.
- Um avião Airbus A330 da companhia russa Aeroflot foi apreendido no Sri Lanka. Estava prestes a descolar para Moscovo e iam 200 pessoas a bordo — foram, depois, levados para um hotel.
- A Administração norte-americana anunciou hoje perante o Conselho de Segurança a criação de um observatório de conflitos, que estará particularmente focado nas ações dos líderes políticos e militares russos na invasão da Ucrânia.
O que aconteceu durante a manhã e início da tarde
- O Reino Unido vai enviar rockets de maior alcance para a Ucrânia capazes de atingir alvos a cerca de 80 quilómetros de distância, anunciou o ministro de Defesa britânico, Ben Wallace.
- A NATO não prevê qualquer retaliação russa contra a decisão dos EUA de enviarem para a Ucrânia rockets de maior alcance, disse o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg. O “direito à autodefesa da Ucrânia” está “consagrado no tratado da ONU”, realçou.
- Na quarta-feira, o governo da região de Lugansk tinha avançado que as tropas russas controlavam 80% de Severodonetsk. Agora, o Ministério da Defesa do Reino Unido confirma que Moscovo assumiu controlo da maior parte dessa cidade, no leste da Ucrânia.
- A antiga chanceler da Alemanha, Angela Merkel, quebrou o silêncio sobre a guerra na Ucrânia: “A minha solidariedade vai para a Ucrânia, atacada e invadida pela Rússia”, disse salientando que apoia “o direito de autodefesa” de Kiev.
- O ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva, criticou o pacote de 40 mil milhões de dólares – que inclui ajuda militar, económica e humanitária — dos Estados Unidos para a Ucrânia.
- A Eslováquia anunciou esta quinta-feira que vai enviar oito howitzers para a Ucrânia.
- O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, acusa os Estados Unidos de quererem fazer da Ucrânia a sua “colónia”, utilizando todos os recursos do país para enfraquecer a Rússia.
- Os dinamarqueses votaram a favor da adesão à Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia. 69,9% dos eleitores votaram no referendo a favor da proposta do governo, enquanto 33,1% votaram contra.
- O ministro dos negócios estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse esta quinta-feira no Twitter estar “grato” aos EUA e a Antony Blinken pelo envio de rockets de maior alcance para a Ucrânia, uma decisão que caracteriza como “importante”.
- O Kremlin confirmou, esta quinta-feira, a demissão de Valentin Yumashev, genro do ex-Presidente russo Boris Yeltsin. Apesar de ser um dos conselheiros da presidência da Rússia, Valentin Yumashev não tinha grande influência na governação de Putin.
- A Rússia acredita que a decisão da União Europeia de impor um embargo progressivo de até 90% das importações do petróleo produzido pelo país é um passo “autodestrutivo”.
- No seu discurso por videochamada no parlamento do Luxemburgo, o Presidente da Ucrânia afirmou que as forças russas controlam atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia.
- O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse esta quinta-feira que a Rússia não está a planear “fechar a janela para a Europa”.
- As Unidades Especiais da Rússia confirmaram a morte de Alexander Kislinsky na região do Donbass, e que o soldado tinha já sido enterrado na sua terra-natal.
- Um conselheiro do primeiro ministro ucraniano Denys Shmyhal admite que as autoridades de Kiev podem encerrar a central nuclear de Zaporíjia, caso percam o controlo das operações da mesma.
- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou em aumentar a produção de petróleo em cerca de 50%: de 648 mil barris diários em julho e agosto, acima do recente aumento de 432 mil barris por dia.
- A pedido da Hungria, Patriarca chefe da Igreja Ortodoxa russa, foi retirado da lista de indivíduos sancionados.
O que aconteceu durante a madrugada e início da manhã
- Depois dos EUA, também o Reino Unido revelou que vai enviar rockets de maior alcance para a Ucrânia capazes de atingir alvos a cerca de 80 quilómetros de distância. O anúncio foi feito pelo ministro de Defesa britânico, Ben Wallace.
- A NATO não prevê qualquer retaliação russa contra a decisão dos EUA de enviarem para a Ucrânia rockets de maior alcance, disse o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
- O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, agradeceu aos EUA por incluírem os sistemas de maior alcance Himars no próximo pacote de assistência militar aos ucranianos.
- Na primeira entrevista que dá sozinha desde o início da guerra na Ucrânia, Olena Zelenska afirmou que ceder território à Rússia não vai terminar com a guerra: “Não podes simplesmente conceder partes do teu território. [Isso] É como conceder uma liberdade”.
- A antiga chanceler da Alemanha, Angela Merkel, quebrou o silêncio sobre a guerra na Ucrânia: “A minha solidariedade vai para a Ucrânia, atacada e invadida pela Rússia”, disse salientando que apoia “o direito de autodefesa” de Kiev.
- Zelensky diz que desde o início da guerra 446 crianças ficaram feridas, 243 morreram e 139 desapareceram. “Quanto maior o número, mais difícil é para uma pessoa perceber o que está por trás dele. Famílias destruídas. Pequenas personalidades que nem tiveram tempo de ver como é a vida”, disse.
- A Ucrânia diz que 30.850 soldados russos morreram desde o início da guerra. Numa atualização sobre as perdas de Moscovo, as Forças Armadas da Ucrânia referem ainda que o inimigo perdeu 1,363 tanques, 210 aviões, 175 helicópteros e 13 barcos.