O Fisco espanhol abriu nova investigação com o objetivo de determinar se, desde que abdicou, em 2014, o rei emérito “teve um aumento de riqueza não justificado perante o Tesouro”.

A notícia está a ser avançada esta quarta-feira pelo El Mundo, que diz que, ao longo do último ano, Juan Carlos, agora a residir em Abu Dhabi, recebeu por parte das autoridades espanholas vários pedidos de informação sobre os pagamentos de viagens e outras despesas associadas às caçadas em que participou entre 2014 e 2018.

De acordo com o jornal, que cita fontes próximas da investigação, a equipa legal que auxilia o rei emérito tem acedido aos pedidos de informação, que dizem respeito também a “montantes menores que recebeu enquanto indivíduo privado”, tais como “presentes simbólicos dados por homens de negócios” que de alguma forma lhes serão próximos.

Segundo as mesmas fontes, apesar de os montantes investigados não ultrapassarem, até à data, os 120 mil euros anuais, montante a partir do qual o Código Penal espanhol define o crime contra o Tesouro Público, o facto de Juan Carlos estar novamente sob investigação, escassos meses depois de ter sido absolvido de todos os crimes de que vinha sendo acusado, tem como consequência imediata o seu afastamento do país.

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Ao El Mundo, fontes anónimas acusam o governo de Pedro Sanchéz para estar a usar o caso para manter uma “nova frente aberta” contra o rei emérito, que efetivamente esta terça-feira fez já saber que, ao contrário do que estava previsto, não vai regressar na próxima semana a Espanha, para assistir a uma regata com o seu nome.

O pai do Rei Filipe VI, que desde 2020 e do escândalo financeiro com o alegado recebimento de comissões indevidas, vive em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, invocou “razões estritamente pessoais” para o cancelamento dos planos.