A guerra na Ucrânia dura há 111 dias e, mais de quatro meses depois de a Rússia ter invadido o território ucraniano, os bombardeamentos continuam, há cidades cercadas e civis que não conseguem fugir. É, aliás, o que se passa neste momento na cidade de Severodonetsk, situada na região de Lugansk, a leste da Ucrânia. Nesta cidade, as tropas russas destruíram as três pontes que permitiam a saída de civis.
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Já em Kharkiv, as tropas russas conseguiram fazer pequenos avanços, o que já não acontecia há várias semanas, segundo a última atualização do Ministério da Defesa britânico. O Kremlin continua a concentrar esforços na zona leste da Ucrânia.
É de destacar ainda que a Ucrânia recebeu 64 corpos de militares que estavam na fábrica de Azovstal, em Mariupol. Já as primeiras horas da tarde ficaram marcadas pela morte de Roman Ratushnyi, que cedo se envolveu nas lutas da Ucrânia — morreu na sequência da agressão russa ao seu país, mas já antes participou na revolução de 2014.
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O que aconteceu durante a tarde e noite:
- O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo publicou uma lista com uma série de personalidades proibidas de entrar no país. Nela constam mais de 20 jornalistas e editores de várias publicações britânicas, entre eles John Witherow, Chris Evans e Katherine Vines, diretores do The Times, do The Telegraph e do The Guardian. Moscovo justifica esta decisão por considerar que produzem “informação falsa e enviesada” que contribui para “alimentar a russofobia na sociedade britânica”.
- Além destes, proibiu igualmente uma série de pessoas ligadas ao “complexo de defesa”, que diz estarem ligadas ao fornecimento de armamento à Ucrânia — armamento esse que, justifica Moscovo, “é usado por formações nazis para matar civis”. No grupo destaca-se o ministro da Defesa e o secretário de Estado da Defesa, Jeremy Quin e Leo Docherty, os comandantes Michael Wigston e Charles Stickland, e os deputados Gregory Campbell, Gavin Robinson e Samuel Wilson.
- Ativista ucraniano Roman Ratushnyi foi morto em combate. Faltava um mês para completar 25 anos.
- A auto-proclamada república de Lugansk diz que podem estar escondidos na fábrica de Azot, em Severodonetsk, cerca de 2.500 soldados, dos quais 500 podem ser estrangeiros, bem como cerca de 500 civis.
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- O soldado russo condenado a prisão perpétua por crimes de guerra da Ucrânia, Vadim Shishimarin, já apresentou recurso sobre a decisão do tribunal ucraniano.
- Os serviços secretos ucranianos divulgaram uma chamada telefónica entre dois agentes de informação russos onde é discutida a possibilidade de usar prisioneiros de guerra ucranianos para desminar a cidade de Mariupol.
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- A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, alertou esta terça-feira para a necessidade de ser alcançado um acordo com a Turquia sobre a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO antes da cimeira de Madrid, que terá lugar a 28 de junho. “Se não resolvermos os problemas antes de Madrid, há o risco da situação ficar congelada”, avisou Marin.
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- As autoridades de Lugansk disseram que as tropas russas controlam cerca de 80% da cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia.
- As Nações Unidas confirmaram que não estão envolvidas em qualquer processo de retirada de civis da fábrica de Azot, em Severodonetsk, e consideram que ainda não se está a “poucos passos de distância” de uma operação deste tipo.
- O Ministério da Defesa da Ucrânia referiu que Kiev recebeu “cerca de 10% das armas” pedidas aos países ocidentais para combater as forças russas no terreno, em especial na região do Donbass, no leste. “Não importa os esforços feitos pela Ucrânia, não importa o quão profissional é o nosso Exército. Sem a ajuda dos parceiros ocidentais, não seremos capazes de vencer esta guerra”, realçou a vice-ministra da Defesa, Anna Maliar, em declarações à televisão ucraniana.
- O primeiro-ministro português, António Costa, voltou a defender que a adesão da Ucrânia à União Europeia não deve ser prioritária, sugerindo que possam ser alcançados outro tipo de acordos. “Por que não garantimos a liberdade de circulação?”, sugeriu o primeiro-ministro. “Por que não levantamos essas barreiras, permitindo uma maior integração da economia ucraniana no mercado comum?”
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- A diretora regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, apelou que não se adotem crianças ucranianas enquanto o conflito está a decorrer. Um alerta com especial foco na Rússia. “Reiteramos, inclusive à Federação Russa, que a adoção nunca deve ocorrer durante ou imediatamente após as emergências”, disse Khan em conferência de imprensa.
- O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu que Kiev necessita de “mais armas pesadas” para combater o avanço das forças russas na região do Donbass, no leste da Ucrânia.
- “Os próximos passos para contrariar a agressão da Rússia contra a Ucrânia” foi o tema de conversa entre o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. O líder ucraniano deu conta deste acontecimento via Twitter.
- O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que os combates com as forças russas na região de Kharkiv continuam de forma intensa e que a Ucrânia registou “perdas dolorosas” nesta região. “As batalhas nesta direção prosseguem e temos de continuar a lutar duramente para garantir a segurança de Kharkiv”, afimou o Presidente ucraniano.
- O Presidente dos Estados Unidos afirmou que está a trabalhar com os parceiros europeus num plano para desbloquear 20 milhões de toneladas de cereais na Ucrânia, por ferrovia, para conter o aumento dos preços dos alimentos.
O que aconteceu durante a manhã e início de tarde:
- O Papa Francisco criticou a “brutalidade e ferocidade” da Rússia na Ucrânia. “A Terceira Guerra Mundial já foi declarada”, acrescentou.
- Portugal atribuiu mais de 42 mil proteções temporárias a pessoas que fugiram da Ucrânia. 731 crianças chegaram ao país sem os pais e a situação foi comunicada ao Ministério Público.
- A Rússia admitiu a abertura de um corredor humanitário para retirar civis que estão na fábrica de Azot, já esta quarta-feira.
- A Ucrânia recebeu 64 corpos de militares que estiveram na fábrica de Azovstal, em Mariupol. A identificação dos corpos poderá demorar alguns meses.
- A Rússia anunciou que vai reduzir em 40% o fornecimento de gás através do gasoduto Nord Stream, que tem como destino a Alemanha.
- O presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, pediu que a atual agressão russa contra o seu país, em particular no lado leste da Ucrânia, seja reconhecida internacionalmente como um “genocídio”.
- Os líderes separatistas pró-Rússia da região do Donbass poderão estar dispostos a ouvir o Reino Unido, em relação aos dois soldados britânicos que foram capturados e condenados à morte.
- António Costa, em entrevista ao Financial Times, defendeu que a União Europeia deve concentrar-se em dar apoio imediato à Ucrânia em vez de se dividir em “longos debates” sobre a adesão do país ao bloco dos 27.
- O Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência alertou que os toxicodependentes com acesso ao tratamento na Ucrânia representam uma pequena proporção dos que procuram refúgio na União Europeia, mas necessitam de continuidade de assistência.
- A Polícia ucraniana abriu um processo para investigar 12 mil mortes.
O que aconteceu durante a noite e madrugada:
- Ministério da Defesa britânico diz que tropas russas fizeram pequenos avanços em Kharkiv, pela primeira vez em várias semanas.
- Estados Unidos acusaram Kremlin de não cooperar nas negociações para acabar com a guerra. “Esperávamos que a guerra terminasse com negociações. Mas, neste momento, não é isso que estamos a ver por parte do Kremlin”, disse a porta-voz da Casa Branca.
- Zelesnky disse que os combates na região do Donbass são os “mais brutais” que a Europa já viu e prometeu a “libertação” de todos os territórios ocupados. “Vamos reconstruir tudo o que foi destruído pelos invasores”, garantiu.
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- O governador da região de Lugansk anunciou que as três pontes que faziam ligação com Severodonetsk foram destruídas pelo exército russo. Estas pontes poderiam permitir a saída de civis. “Os russos estão a destruir quarteirão após quarteirão.”
- As autoridades ucranianas encontraram esta segunda-feira uma nova vala comum com corpos de civis, perto de Bucha, cidade próxima de Kiev, a capital ucraniana.