Ao 110º dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, Volodymyr Zelenskyy promete “a libertação” ao povo ucraniano. “Ninguém sabe, hoje, quanto tempo vai demorar o nosso caminho para a vitória. Mas a vasta maioria das pessoas sabem que este é o nosso caminho. É assim que esta guerra vai acabar. Vamos reconstruir tudo o que foi destruído pelos invasores. De Volnovakha a Chortkiv. Porque esta é a Ucrânia”, afirma num novo vídeo publicado na noite desta segunda-feira.

“O inimigo foi afastado das regiões de Zhytomyr, Kyiv, Chernihiv e Sumy. Uma grande parte da região de Kharkiv foi libertada. A invasão no sul da Ucrânia foi parada. Sim, eles ainda querem destruir Mykolaiv, Zaporizhzhia, e as cidades da região de Dnipropetrovsk. Eles ainda têm força suficiente para disparar para Zelenodolsk e Hulyaipole. Odessa continua a ser um alvo para a frota russa. Mas dezenas de tentativas de ataque do exército russo já foram travadas aqui no sul. E graças à nossa contraofensiva, algumas comunidades na região de Kherson já foram libertadas”, sublinha o presidente ucraniano na missiva.

Sublinhando que nas batalhas do Donbass, que “vão certamente ficar para a história militar como algumas das mais brutais batalhas travadas na Europa e pela Europa” o exército ucraniano “bateu” o russo “apesar da significativa vantagem da Rússia em termos de equipamento e artilharia”, Zelensky pediu mais armas aos parceiros intenacionais.

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“O preço desta batalha é muito alto. É assustador. E chamamos a atenção dos nossos parceiros diariamente para o facto de só uma quantidade significativa de artilharia moderna vai assegurar que temos vantagem e vamos, finalmente, conseguir acabar com a tortura russa sobre o Donbass ucraniano”.

“Estamos a lidar com um mal absoluto. E não temos escolha senão continuar. Libertar todo o nosso território. Tirar os invasores de todas as nossas regiões. E apesar de a nossa frente ter mais de 2500 quilómetros, parece que a iniciativa estratégica ainda é nossa”.

Dirigindo-se ao povo ucraniano das regiões ocupadas pela Rússia, Zelensky assegura que o exército ucraniano acabará por chegar a todas elas. “Iremos a todas as nossas cidades, a todas as nossas vilas, que ainda não têm a nossa bandeira nos edifícios administrativos. Apesar de haver muitas bandeiras ucranianas lá, nas casas das pessoas. E temo-las visto quando as pessoas protestam contra os invasores. E vamos vê-las novamente, em todo o lado quando regressarmos”.

“Entraremos em Kherson. E os comuns habitantes de Kherson vão ver o nosso exército nas ruas da cidade. O falhanço dos invasores, que tentaram celebrar o chamado Dia da Rússia, só prova que Kherson é uma cidade ucraniana. E os habitantes de Kherson vão celebrar apenas os feriados ucranianos”.

Promete ainda chegar a Melitopol. E devolver aos habitantes “a oportunidade de viver sem medo”. “E, já agora, todos os que agora estão a ameaçar tirar as terras aos agricultores de Melitopol e de outras regiões de Zaporizhzhia vão, muito provavelmente, acabar eles próprios nessa terra”.

Garante ainda que Mariupol será “libertada pela terceira vez”, após 1943 e 2014. “Neste dia, em 2014, graças à coragem dos nossos Azov e de outras unidades, Mariupol foi libertada pela segunda vez. Libertada dos militantes que, na altura, não sabiam bem para onde o estado russo estava a enviá-los. Mas agora eles viram tudo. Eles viram Mariupol queimada. Eles viram porque é que os russos foram lá. Mas não vamos permitir que eles matem aquela cidade. Nós vamos recuperá-la”.

E volta a destacar: “só precisamos das armas suficientes. Os nossos parceiros têm-nas em quantidades suficientes. E nós trabalhamos todos os dias para que a vontade política nos dê essas armas”.

Zelensky afirma ainda que os “invasores estão a tentar manter as pessoas na ignorância sobre o que se passa na Ucrânia e como estamos a tentar libertar o nosso território”, e que em algumas zonas “os invasores estão a impedir deliberadamente a restituição do fornecimento de eletricidade. A nossa televisão está a ser desligada. Eles fecharam as saídas e não estão a deixar os corredores humanitários abertos para conseguirmos levar, pelo menos, bens essenciais e medicamentos às pessoas”.

O presidente ucraniano termina o vídeo com um apelo. “Peço a toda a gente que tenham a oportunidade para comunicarem com as pessoas do sul ocupado, no Donbass, em Kharkiv. Digam-lhes a verdade. Digam-lhes que haverá libertação. Digam-no em Kyrylivka, Henichesk, Berdyansk, Manhush. Digam-no em Horlivka, Donetsk, Luhansk. Digam a toda a gente em Kharkiv que ainda é forçada a ver a bandeira russa na nossa terra ucraniana. Digam-lhes que o exército ucraniano, definitivamente, chegará.

E um aviso. “Claro que também libertaremos a nossa Crimeia. E todos os oficiais russos que se apropriaram da nossa preciosa Crimeia vão lembrar-se: nesta terra não terão paz”.