A Revlon, marca norte-americana de cosméticos, pediu proteção judicial perante a situação de falência que enfrenta, depois de nos últimos anos ter tido dificuldade em competir com o surgimento de marcas focadas no online.

Conhecida pelo fabrico de vernizes e de batons, a marca controlada pela MacAndrews & Forbes do multimilionário Ron Perelman, avançou com o pedido de proteção de credores esta quarta-feira, de acordo com a documentação apresentada junto de um tribunal em Nova Iorque, nota a Reuters.

Esta declaração de falência da Revlon, através de um formulário Chapter 11, um mecanismo que implica a reestruturação de uma companhia, é feita alguns dias depois de o Wall Street Journal avançar que a marca de cosméticos teria iniciado negociações com alguns credores, no sentido de conseguir evitar uma situação de ruptura.

Em comunicado,a empresa indica que este pedido permitirá “reorganizar estrategicamente a sua estrutura de capital e melhorar o ‘outlook’ a longo prazo, especialmente tendo em conta os constrangimentos de liquidez trazidos pelos desafios contínuos a nível global, incluindo a disrupção das cadeias de fornecedores e a inflação crescente, assim como as obrigações para com os credores”.

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A empresa esclarece que este pedido não irá afetar a disponibilidade de produtos no mercado. Debra Perelman, presidente e CEO da Revlon, explica em comunicado que o pedido feito junto do tribunal norte-americano “permite à Revlon continuar a oferecer produtos icónicos” ao mesmo tempo “em que cria um caminho claro para o crescimento futuro”.

A empresa esclarece ainda que “nenhuma das subsidiárias internacionais da Revlon” está incluída no pedido, à exceção das operações do Canadá e do Reino Unido.

As vendas da Revlon têm estado pressionadas ao longo dos últimos anos, não só pelos constrangimentos na área da logística mas também pelo surgimento de outras marcas de cosmética. Só no mercado dos Estados Unidos, o mercado de origem da Revlon, a concorrência de marcas controladas por celebridades de relevo, como a Fenty Beauty de Rihanna ou a Kylie Cosmetics da socialite Kylie Jenner tem sido feroz e conquistado espaço nas lojas.

A Revlon foi criada em 1932 pelos irmãos Charles e Joseph Revson e por Charles Lachman. Em 1985 passou a ser controlada pela MacAndrews & Forbes, que onze anos mais tarde levou a empresa até à bolsa. Nos últimos anos, com a viragem dos consumidores para produtos mais virados para os cuidados de pele, a empresa comprou a Elizabeth Arden em 2016, por 870 milhões de dólares (836,9 milhões de euros), justamente para reforçar a presença nesta área de negócio.

Perante as notícias desta declaração de falência, as ações da Revlon estão a cair cerca de 4% antes da abertura da bolsa norte-americana.