Ao 115.º dia de guerra, que caminha a passos largos para a marca de quatro meses de conflito desde a invasão russa ao país, chegaram as notícias sobre mineiros presos em Donestsk após um ataque por parte das forças ucranianas. A manhã foi ainda preenchida pelas declarações de Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, que deixou avisos sobre a “fadiga” de guerra.

A cidade de Kryvy Rih, no sul da Ucrânia, foi alvo de ataques por parte de mísseis russos, de acordo com as notícias partilhadas pelo ministério da Defesa russa. Na Ucrânia, foi divulgado que o presidente do país visitou a cidade de Mykolaiv, no sul do território, e na capital do país realizaram-se homenagens a um ativista ucraniano, morto em combate, aos 24 anos.

Saiba com mais detalhe o que aconteceu até agora neste artigo ou no nosso liveblog do 115.º dia de conflito.

O que aconteceu durante a tarde?

Foi divulgado que o presidente da Ucrânia visitou Mykolaiv, no sul do país. De acordo com o que foi avançado pelo gabinete oficial, Volodymyr Zelensky “visitou o prédio da administração regional de Mykolaiv que foi destruído na sequência de um ataque com mísseis pelas forças russas”. Não foi, no entanto, especificado quando é que esta visita decorreu.

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A cidade de Kryvy Rih, no sul da Ucrânia, foi alvo de ataques de mísseis russos. O chefe da administração militar da cidade disse este sábado que o ataque atingiu o bairro Inhuletsky, de acordo com o The Kyiv Independent. Não há ainda informação sobre o número de vítimas que resultaram deste ataque.

O presidente ucraniano anunciou a libertação da paramédica Yuliya Payevska, conhecida como Tayra, que tinha sido detida pelas forças russas. O anúncio foi feito num vídeo colocado na rede social Telegram e citado pela britânica BBC. “Posso anunciar que conseguimos a libertação de Tayra. Estou grato aos que trabalharam para conseguir este resultado. A Tayra já regressou a casa e vamos continuar a trabalhar para trazer todos os prisioneiros de volta”, partilhou o político ucraniano.

Guerra terá enorme impacto na circulação de pessoas, ideias e bens

Em Kiev, a capital da Ucrânia, o dia foi de homenagem ao ativista Roman Ratushnyi, que morreu em combate, na semana passada. As imagens partilhadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia apontaram para centenas de pessoas a despedirem-se do jovem ativista.

Já na Lituânia, foi anunciada a implementação de um embargo ao transporte pelo território do país de mercadorias sujeitas a sanções, que tenham como destino o enclave russo de Kalingrado. A lista de produtos sujeitos a sanções europeias inclui carvão, metal, materiais de construção ou ainda tecnologia avançada. De acordo com as autoridades lituanas, este embargo irá cobrir cerca de 50% das importações de Kalingrado, localizada perto do Mar Báltico.

O que aconteceu durante a noite e início da manhã?

 A manhã do 115.º dia de conflito começou com uma informação avançada pela Reuters, que cita a agência de notícias estatal russa RIA, e que deu conta de quase 100 mineiros presos numa mina de carvão da região de Donetsk. Esta situação teria decorrido depois de um corte de energia provocado por um bombardeamento pelas forças ucranianas. Mais tarde, foi avançado o número de 77 mineiros presos. Durante a tarde, a Sky News avançou que os mineiros foram salvos, sem ferimentos.

O Reino Unido deixou avisos sobre o reforço do cerco a Severodonetsk. O Ministério da Defesa britânico disse que a Rússia estaria novamente a tentar avançar sobre a zona sul da cidade de Izium, para entrar mais profundamente na região de Donetsk, reforçando o cerco a Severodonetsk. Esta fonte deixou ainda uma advertência sobre o uso de corredores humanitários declarados unilateralmente pela Rússia para os civis tentarem sair de Severodonetsk. O Ministério da Defesa alertou para o histórico russo de usar estes supostos corredores para “manipular o terreno de batalha e impor a transferência forçada de populações”.

A Ucrânia partilhou as respostas que deu à UE para receber o estatuto de candidata à adesão. O governo ucraniano publicou, no Portal da Integração Europeia do país, as respostas ao questionário que lhe foi entregue pela Comissão Europeia para receber o estatuto de candidato à adesão da União Europeia. Este questionário avalia os critérios políticos do país. Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia recomendou ao Conselho Europeu que aprovasse a concessão do estatuto de candidato à Ucrânia.

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Boris Johnson insistiu que a Ucrânia deve receber a Eurovisão 2023. O país venceu a competição deste ano e, pelas habituais regras do concurso, deveria organizar o evento. No entanto, a organização da Eurovisão avançou esta sexta-feira que estão a decorrer conversas com o Reino Unido, o segundo classificado, para organizar o concurso, devido a razões de segurança. “Acredito que eles podem fazê-lo e que devem fazê-lo”, avançou Boris Johnson. “Acredito que Kiev ou outra qualquer cidade ucraniana segura seria um local fantástico para receber” o festival. Kiev recebeu o Festival da Eurovisão em 2017, ano em que Portugal se sagrou vencedor, com um tema de Salvador Sobral.

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