Dois padres jesuítas foram mortos, nesta segunda-feira, numa igreja no estado de Chihuahua, no norte do México, ao tentarem proteger um homem que tentava escapar de agressores armados.

Os agressores, alegadamente traficantes de droga, perseguiam um guia turístico que procurou refúgio dentro da igreja.

“Acreditamos que (…) os dois jesuítas intervieram”, disse o chefe da ordem no México, Luis Gerardo Moro Madrid, baseando-se no testemunho de um terceiro religioso presente no local, acrescentando que o agressor disparou contra o homem que perseguia e contra os dois padres.

A Companhia de Jesus pediu “medidas de proteção”, sublinhando que o ataque de segunda-feira não foi um “ato isolado”, já que “todos os dias homens e mulheres são assassinados arbitrariamente” no México.

A Conferência Episcopal do México também condenou “a tragédia”, pedindo “uma investigação rápida”, bem como mais segurança para os religiosos do país.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, os Jesuítas do México condenaram os assassinatos, exigindo “justiça e a recuperação dos corpos”.

Os dois jesuítas, Javier Campos Morales, de 79 anos, e Joaquín César Mora Salazar, de 80, “desenvolviam, há mais de 20 e 30 anos, respetivamente, um importante trabalho social e pastoral” nesta área remota, avançou o escritório no México do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

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Numa conferência de imprensa, o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reconheceu que vários municípios das montanhas de Chihuahua estão a ser afetados pelo “crime organizado”.

Especialistas disseram que as montanhas de Chihuahua são uma rota de contrabando de drogas para os Estados Unidos e disputada por vários cartéis de drogas.

Membros de várias ordens religiosas estão a tentar, em algumas regiões do México, atuar como mediadores entre os moradores e os grupos de crime organizado.

Nos estados de Michoacán e Guerrero, alguns clérigos contam com o diálogo com traficantes de drogas para pacificar essas regiões.

Trinta padres foram assassinados na última década no México, de acordo com a organização não-governamental Centro Católico Multimedial.