O final da comercialização de veículos novos equipados com motores de combustão, a gasolina ou gasóleo, foi anunciado para 2035. A proposta foi originalmente delineada em Julho de 2021, analisada e renegociada já este ano, para ser finalmente aprovada pelo Parlamento Europeu no início de Junho. O ministro das Finanças germânico surpreendeu agora ao anunciar que não apoia a proposta aprovada pelo seu Governo.
De acordo com o Politico, o ministro das Finanças Christian Lindner, discursando na quinta-feira num evento organizado pelo lobby industrial alemão, o BDI, afirmou que a medida aprovada pelo Parlamento Europeu destinada a reduzir para zero as emissões dos veículos novos comercializados na União “está errada” e que o Governo que integra “não concordará com a nova legislação europeia”.
A surpresa perante esta afirmação do ministro do partido liberal Democratas Livres (FDP) foi geral. Em particular, junto da sua colega do Governo Steffi Lemke, ministra do Ambiente e membro do partido Os Verdes, que sempre defendeu o banir dos veículos com motores térmicos dentro de 13 anos, como forma de limitar o aquecimento global e melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Lemke foi pronta a reagir, dizendo “rejeitar a tentativa de Lindner em mudar a posição nacional em relação a um tema tão importante para a indústria automóvel, a líder no país”.
Como parece reinar a confusão no seio do Governo alemão, é bom recordar que, ainda em Março de 2022, a coligação de três partidos que domina a Alemanha – o mais votado SPD, do social democrata Olaf Scholz, juntamente com os Verdes e o FDP – decidiu apoiar a proposta que viria a ser aprovada por Bruxelas e que proíbe a venda de motores térmicos a partir de 2035.
Resta aguardar para saber se os alemães vão respeitar o seu compromisso anterior ou ver quem tem mais força dentro do Executivo germânico, se os Verdes ou os Liberais, bem como para que lado vai pender Scholz, o líder do Governo.