Centenas de pessoas concentraram-se este sábado junto à porta do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, no segundo dia de protestos contra a decisão antiaborto de sexta-feira, para exigir aquela prática, gratuita, em todos os estados do país.

Os participantes na ação, promovida pela associação Rise Up 4 Abortion Rights e por outras organizações, encontraram-se com outro grupo à porta do Supremo Tribunal, em Washington D.C., para comemorar a decisão que eliminou a proteção federal do direito ao aborto, mas não se registaram incidentes de maior.

Segundo a agência espanhola EFE, os manifestantes protagonizaram apenas “algumas discussões pontuais”. “Não vamos permitir. Preparem-se porque não vamos permitir”, disse à EFE Ashley Thomas, uma das manifestantes.

Thomas, moradora do bairro vizinho de Dupont Circle, em Washington, marcou presença no protesto acompanhada por duas colegas de quarto, ostentando um cartaz onde se lia: “Maternidade forçada é escravidão feminina”, uma ideia ecoada por múltiplas vozes, como a escritora e autora de “A História de uma Serva” Margaret Atwood, ao longo dos últimos meses, na expectativa da decisão do Supremo.

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Apesar do calor intenso que se fazia sentir, os manifestantes, a maioria mulheres e jovens, entoaram palavras de ordem como “Aborto é saúde” e “Esta decisão não pode ser mantida, o aborto é legal em todo o país”.

Já os defensores da decisão, contrapunham com frases como “pró-vida é pró-mulher”. Além da de Washington, manifestações também foram convocadas em outras cidades do país, como Nova Iorque, Chicago, Los Angeles, Atlanta e Seattle.

A decisão do Supremo Tribunal foi aprovada com o apoio de seis dos nove juízes da mais alta instância judicial dos EUA e mantém uma lei estadual do Mississippi que restringe o aborto após 15 semanas de gestação.

No entanto, a maioria conservadora do Supremo, na qual já não se incluiu o juiz-presidente John Roberts, decidiu ir além e revogar os precedentes estabelecidos no passado pelo próprio tribunal que protegia aquele direito.

Com a decisão de sexta-feira, os estados que assim decidirem poderão proibir totalmente o aborto, prática que já é ilegal em nove estados.