Depois das martas na Dinamarca e dos hamsters em Hong Kong, desta vez foi um gato doméstico o responsável por transmitir o SARS-CoV-2 a três pessoas depois de contrair Covid-19. O caso, publicado a 6 de junho na revista científica Emerging Infectious Diseases, remonta a agosto de 2021 e foi descoberto por acidente.

Como explicou à revista Nature o co-autor do estudo, Sarunyou Chusri, um homem de 64 anos e o filho, de 32, residentes em Banguecoque, Tailândia, testaram positivo para Covid-19 e foram transportados para o hospital da Universidade Príncipe de Songkla. A viagem de carro durou cerca de 20 horas e contou com a companhia do gato da família.

No hospital veterinário da mesma universidade, uma veterinária realizou colheitas, através de uma zaragatoa anal e outra nasal, para confirmar se o animal teria contraído Covid-19. Porém, ao ser testado, o gato terá espirrado para a cara da veterinária, que utilizou uma máscara N95 e luvas mas que não tinha colocado óculos de proteção, nem barreira de acrílico.

Três dias depois, a veterinária desenvolveu sintomas de febre, espirros e tosse, tendo acabado por testar positivo para a doença – sendo que nenhum dos seus contactos de proximidade tinha testado positivo, tornando o animal de estimação a origem provável da infeção. Depois de o gato ter testado positivo, análises à veterinária, ao felino e aos seus donos revelaram que todos apresentavam a mesma variante e que o genoma também era igual.

Os investigadores, contudo, acreditam que os casos de transmissão de gatos para humanos serão provavelmente raros. Estudos experimentais revelaram que os felinos domésticos não transmitem o vírus em grande quantidade, além de que o fazem apenas durante alguns dias.

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