O chefe de Estado português afirmou hoje, antes de partir do Rio de Janeiro para São Paulo, que continua sem receber nenhuma “comunicação por escrito” do Presidente do Brasil a cancelar o almoço de segunda-feira em Brasília.
“Em termos escritos, o convite foi um convite escrito, não houve por escrito nenhuma comunicação. Vamos esperar para ver”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa em resposta aos jornalistas, no consulado-geral de Portugal no Rio de Janeiro.
“Até agora não houve nenhuma palavra escrita exatamente igual ao que foi o convite escrito a que eu respondi por escrito”, reforçou.
O Presidente português voltou a desvalorizar o eventual cancelamento por parte de Bolsonaro do encontro seguido de almoço na segunda-feira, no Palácio Itamaraty, em Brasília, para o qual foi convidado pelo seu homólogo.
“Não fazia parte do programa originário haver o almoço”, referiu, defendendo que este “é um não assunto, é um não problema”.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que gosta sempre de se encontrar com presidentes de “países irmãos” e que “não faria isso” a um homólogo e observou: “Mas não há duas pessoas iguais. A riqueza da humanidade é serem os seres humanos todos diferentes”.
“Uma das riquezas das relações entre Portugal e o Brasil é ao longo dos tempos termos encontrado maneiras de acomodar estilos pessoais diferentes para aquilo que é fundamental: os Estados darem-se muito bem”, acrescentou.
Por outro lado, assinalou que se vai deslocar dentro do Brasil “num avião da Força Aérea Brasileira”, que “não terá feito isso sem indicações expressas governamentais, muito provavelmente do Presidente da República Federativa do Brasil”.
“Ou seja, significa que há um grande gosto que o Presidente da República Portuguesa esteja no Brasil, que se proporciona todas as condições para estar no Brasil”, considerou.