O general do Exército chinês Li Zuocheng alertou esta sexta-feira que a “China reagirá firmemente caso seja provocada” na questão de Taiwan, durante uma conversa com o presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Mark Milley.

Li salientou que, “em questões que dizem respeito aos principais interesses da China, incluindo Taiwan, não há espaço para compromissos ou concessões“, de acordo com o comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa chinês.

Quem nos provocar vai descobrir que a China reagirá com firmeza”, disse.

China adverte EUA de que “brincam com o fogo” ao afirmar que defenderiam Taiwan

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com Li, se os Estados Unidos “mantiverem a sua palavra de não apoiar a independência de Taiwan ou não procurarem conflitos com a China, ambos os países poderão cooperar de formas mutuamente benéficas“.

“Neste momento, ambos os Exércitos devem comportar-se de forma racional e objetiva, com uma atitude de respeito mútuo, e fortalecer ainda mais o diálogo, gerir os riscos e promover a cooperação”, disse o general chinês durante a reunião virtual.

Li sublinhou que “os Estados Unidos devem respeitar os acordos já alcançados para não minarem a estabilidade no Estreito de Taiwan”.

“Os militares chineses salvaguardarão firmemente a sua soberania nacional e integridade territorial”, disse.

De acordo com o comunicado, os dois lados concordaram que é do seu interesse “evitar gerar conflitos e confrontos” e “manter a comunicação”.

O Exército chinês realizou vários exercícios nas águas “perto da região de Taiwan” nos últimos dias, informou esta sexta-feira a imprensa local.

Segundo o coronel chinês Shi Yi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, “os atos provocativos norte-americanos na questão de Taiwan são em vão e só conseguirão perturbar a paz e aumentar a tensão regional”.

“É por isso que as nossas tropas estão sempre em alerta e continuam a preparar-se e a treinar. Eles estão prontos a qualquer momento para salvaguardar a nossa segurança e soberania e impedir qualquer tentativa que leve à “independência de Taiwan“, disse.

China garante que vai “lutar até ao fim” para impedir independência de Taiwan

A China insiste em “reunificar” a República Popular com a ilha, que tem sido governada de forma autónoma desde que os nacionalistas do Kuomintang (KMT) fugiram para ali, em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan fez a transição para a democracia na década de 1990.

A ilha é uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan.