O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, assumiu no domingo em Singapura que a China vai “lutar até ao fim” para impedir a independência de Taiwan e que a reunificação da ilha com Pequim será idealmente pacífica.

“Vamos lutar a todo custo e vamos lutar até ao fim. Esta é a única opção para a China”, disse Wei Fenghe durante um discurso no Diálogo Shangri-La, um fórum anual de segurança realizado em Singapura.

“Aqueles que procuram a independência de Taiwan com o objetivo de dividir a China certamente não alcançarão os seus objetivos”, acrescentou. E sublinhou: “Ninguém deve subestimar a determinação e a capacidade das forças armadas chinesas na salvaguarda da sua integridade territorial”.

Por outro lado, Wei Fenghe sublinhou que a “China conseguirá definitivamente a reunificação” com Taiwan, salientando que o ideal seria alcançá-la pela via pacífica.

O discurso do responsável chinês ocorreu um dia após o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, também presente no fórum em Singapura, ter denunciando a atividade militar “provocativa e desestabilizadora” de Pequim perto de Taiwan.

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EUA avisam China para não tomar “mais iniciativas desestabilizadoras” em Taiwan

Wei Fenghe já tinha referido na sexta-feira, durante um encontro com Lloyd Austin, que a China “esmagará de forma determinada” qualquer tentativa de independência da ilha.

A reunião, que durou mais 30 minutos do que o previsto, de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, ocorreu depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter alertado em maio que uma anexação “à força” de Taiwan pela China implicaria uma intervenção militar dos EUA.

Na reunião, o secretário de Defesa dos EUA disse ao homólogo chinês que Pequim deveria abster-se de qualquer ação desestabilizadora contra Taiwan, divulgou o Pentágono.

A China considera a ilha de 24 milhões de habitantes como uma das suas províncias históricas, ainda que não controle o território, tendo aumentado, nos últimos anos, a pressão militar contra Taipé.

A reunião entre Wei Fenghe e Lloyd Austin ocorreu semanas após a incursão de 30 aviões militares chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (‘Adiz’) – a maior operação desse tipo em 2022.

Os Estados Unidos acusaram a China de aumentar as tensões sobre Taiwan, com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a citar as incursões como um sinal de “retórica e atividade cada vez mais provocadora” por parte de Pequim.

Durante uma visita ao Japão no mês passado, o Presidente Joe Biden pareceu ter rompido com décadas de política norte-americana quando, em resposta a uma pergunta, indicou que Washington poderia defender militarmente Taiwan no caso de uma invasão por parte de Pequim.

Desde então, a Casa Branca insistiu que a “ambiguidade estratégica”, o conceito deliberadamente vago que governou a política de Taiwan de Washington por décadas, permanece inalterado.