O ex-Presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação da Rússia, ameaçou este domingo a Ucrânia com a chegada do “dia do juízo final“, caso as autoridades ucranianas ataquem a Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
“As consequências [do eventual ataque] são óbvias. Se algo semelhante acontecer, o dia do juízo final chegará em breve para todos eles [ucranianos]. Será muito rápido e muito duro“, disse Medvedev, chefe de Estado da Rússia entre 2008 e 2012, durante uma reunião com veteranos da Segunda Guerra Mundial em Volgogrado, antiga Estalinegrado.
No seu discurso, divulgado pela agência RIA Nóvosti, o político russo garantiu que os objetivos da campanha militar do Kremlin, “vão ser cumpridos“.
“Podem ter a certeza de que os objetivos desta operação vão ser cumpridos. Estão relacionados com a eliminação… das ameaças ao nosso país“, disse.
De acordo com o ex-Presidente russo, isso abrange também os países ocidentais que “alimentam o regime” de Kiev com dinheiro e armas.
O senador russo Andrei Klishas havia já pedido a “desmilitarização” e a “desnazificação” de toda a Ucrânia devido às ameaças das autoridades ucranianas em atacar a Crimeia.
“Ameaças (…) de atacar a Crimeia ou o porto da Crimeia provam que toda a Ucrânia deve ser desnazificada e desmilitarizada, porque, caso contrário, haverá sempre uma ameaça ao nosso território, aos nossos cidadãos e à nossa infraestrutura”, escreveu no serviço de mensagens Telegram.
No passado, fontes do Ministério da Defesa ucraniano não descartaram a possibilidade de usar o sistema de mísseis norte-americano HIMARS, que Kiev começou a receber em junho, para atacar alvos militares na Crimeia.
As novas armas do Ocidente para virar a guerra a favor da Ucrânia já chegaram ao terreno
O conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych também havia dito que a ponte da Crimeia, como fonte de abastecimento para as tropas russas, pode tornar-se alvo de um ataque assim que Kiev tiver essa “possibilidade técnica“.
Arestovych acrescentou que Kiev continua fiel à promessa de não atingir o território russo, no caso de receber armas sofisticadas, mas enfatizou que “há muitos alvos [russos] no território ucraniano“.