A Frente Sindical da Altice suspendeu esta segunda-feira a greve e a concentração de trabalhadores que estavam marcadas para quinta-feira, em defesa de aumentos intercalares de 50 euros e dos seus Planos de Saúde, devido ao intenso calor.
As estruturas sindicais tomaram a decisão por entenderem que “a vaga de intenso calor veio (…) impôr limitações à participação na luta”, particularmente por parte dos mais idosos.
De acordo com um comunicado da Frente Sindical, a decisão também teve em conta “os previsíveis estragos dos incêndios causados na rede de telecomunicações” e os serviços prestados pela Altice à rede de emergência nacional SIRESP, às autarquias e às populações.
Além disso a administradora da empresa marcou uma nova reunião com os sindicatos para dia 25.
As organizações integrantes da Frente Sindical na Altice decidiram de forma responsável, face aos constrangimentos referidos, suspender a agenda da luta marcada para o próximo dia 21 de julho, com a plena garantia de um novo agendamento de luta para breve”, afirmaram no comunicado.
No entanto, os sindicatos vão assinalar a data com uma ação simbólica, deslocando-se à empresa na quinta-feira para entregar um documento reivindicativo.
Há cerca de um mês, depois de terem realizado plenários por todo o país, os cinco sindicatos que integram a Frente Sindical da Altice, o SINTTAV, SNTCT, STT, FE e o SINQUADROS, marcaram a greve e a concentração junto à sede da empresa, que estavam previstas para quinta-feira, porque os trabalhadores não aceitam as alterações aos seus Planos de Saúde e não abdicam de aumentos intercalares.
Segundo os sindicatos, os 15 euros que foram aplicados em janeiro “não chegam minimamente para fazer face à inflação” e os 50 euros reivindicados para vigorarem a partir de julho “apenas cobrem os efeitos da inflação relativamente ao salário mais baixo da empresa, que é de 760 euros”.
A Frente Sindical reivindica que o aumento intercalar a 1 de julho deve incluir também o aumento do salário mais baixo da empresa para os 835 euros.
Relativamente aos Planos de Saúde, o objetivo é “travar as propostas de alterações para pior nos Planos de Saúde da Altice” e “exigir o alargamento do Plano Clássico a todos os trabalhadores do Grupo Altice, como forma de o manter sustentável”.
Segundo a Frente Sindical, em fevereiro deste ano, a administração da Altice “anunciou às ORT’s um brutal e violento ataque ao que resta do Sistema de Cuidados de Saúde negociado em 1994 após a constituição da PT”.
A Frente sindical lembrou, numa nota de imprensa, que o sistema de saúde da Altice “é solidário e comparticipado pelos beneficiários, que pagam uma quota de 1,8% dos seus proveitos mensais” e a administração da empresa “pretende aumentar para 2,1% a quota dos beneficiários que não estão no ativo e que pela idade mais precisam de cuidados de saúde”.