Na Rússia, está a circular uma nova tese que (indiretamente) contextualiza e desculpabiliza as dificuldades sentidas pelos militares russos para controlar globalmente o território ucraniano, após quase cinco meses volvidos desde a invasão de forças do Kremlin à Ucrânia. Segundo esta tese, foram feitas “experiências secretas” em soldados ucranianos — patrocinados pelos EUA e descobertas em “testes sanguíneos” — que os transformaram “nos monstros mais cruéis”. Não foram apresentadas provas.
No início desta semana, o jornal russo Kommersant noticiava a existência de uma reunião da “comissão parlamentar dedicada a investigar as atividades dos laboratórios biológicos americanos no território da Ucrânia“. Também a alegada existência destes laboratórios, denunciada pela Rússia, não foi nunca devidamente provada.
A mesma fonte russa indicava esta semana que dois dos principais condutores da comissão, Konstantin Kosachev (senador da câmara alta do Parlamento russo, sancionado pelos EUA desde 2018) e Irina Yarovaya (também ela parlamentar) partilharam “detalhes” dos resultados da investigação com os jornalistas. Além de denunciarem estas “experiências” secretas, Kosachev e Yarovaya aludiram a “doenças extremamente perigosas, que em certas circunstâncias poderiam ser distribuídas para fins militares”.
Irina Yarovaya, em particular, terá dito, de acordo com o Kommersant: “Vemos que a crueldade e as atrocidades que podem ser notadas no comportamento do pessoal militar da Ucrânia, os crimes que cometem contra a população civil e aqueles crimes monstruosos que cometem contra prisioneiros de guerra, tudo isso confirma que existe um sistema único de controlo e de criação das máquinas assassinas mais cruéis, algo patrocinado pelos Estados Unidos. E o doping que ainda lhes é dado para que se neutralizem, em geral, os últimos vestígios de consciência humana [nesses soldados] e para os tornar nos monstros mais cruéis e letais também confirma isto”.