“Uma semana importante e simbólica começa amanhã.” Assim arranca o discurso diário de Volodymyr Zelensky, partilhado este domingo, onde é destacado o primeiro feriado do Dia do Estado Ucraniano.

“Esta semana vamos celebrar o primeiro Dia do Estado Ucraniano, a 28 de julho”, diz Zelensky, declarando que a primeira vez em que esta data é assinalada decorre num momento “de guerra brutal” e após “oito anos de guerra no Donbass”.

Anunciado em agosto do ano passado, no 30.º aniversário da independência da Ucrânia, este novo feriado é comemorado no dia em que se assinala a cristianização de um reino, chamado Reino de Kiev (879–1240), que corresponde aos territórios onde hoje estão a Ucrânia, Rússia e também Bielorrússia. A decisão de criar este feriado passará pela vontade de frisar uma lógica de continuidade do estado ucraniano ao longo dos séculos, sublinhando que o país “não é um Estado falso”, de acordo com declarações do governo ucraniano.

Apesar das condições de guerra, a Ucrânia irá celebrar, garante Zelensky, “porque os ucranianos não podem ser quebrados”. “O dia do Estado Ucraniano vai assinalar a ligação dos ucranianos que hoje aqui vivem a muitas outras gerações do nosso povo. A experiência de criação de estado dos ucranianos, a nossa cultura, a nosso identidade – a personalidade ucraniana tem mais de mil anos.

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“Só aqueles que não sabem a verdade da nossa história e que não sentem o que ela significa é que poderiam decidir atacar-nos”, comunica o Presidente ucraniano. “Depois de tudo o que o nosso povo passou, após tudo o que aprendemos ao longo de séculos.” Nesta mensagem de vídeo, Zelensky garante que os ucranianos “nunca vão abdicar da independência.”

“Vamos fazer aquilo que as gerações anteriores não conseguiram fazer. E isto aplica-se à nossa defesa nesta guerra pela independência, ao nosso caminho para uma Europa unida, para uma adesão à União Europeia e à nossa capacidade para nos tornarmos um dos Estados mais modernos do mundo:”

Na mensagem Zelensky promete que os ucranianos “estão a fazer de tudo para infligir o maior número possível de baixas ao inimigo e a angariar o maior número de apoios possíveis para a Ucrânia.”

No discurso, Zelensky refere ainda que a semana vai ser marcada por “visitas importantes de parceiros, haverá importantes negociações e, mais importante, mais avanços nas posições ucranianas”.

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