Se a Victoria’s Secret é conhecida a nível mundial, o mesmo não se pode dizer da história de Les Wexner, o homem detrás da marca. Um documentário dividido em três partes vem agora traçar a ascensão e queda de uma das empresas de lingerie mais célebres no mundo. E nem tudo é glamour, sensualidade ou elegância.

“Victoria’s Secret: Angels and Demons” chegou ao serviço de streaming Hulu, no dia 14 de julho, e mostra o lado mais sombrio da empresa. Abusos, sexualização, misoginia e ligações a Jeffrey Epstein são alguns dos temas abordados, segundo o jornal britânico The Guardian.

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A Victoria’s Secret não foi apenas fruto de um trabalho interno. Na série, para além de testemunhos de dois CEOs, de funcionários e de alguns “Anjos”, é também retratada a relevância que o final dos anos 90 teve para a marca.

O pós-Clinton/Lewinsky (caso extra-conjugal do então Presidente dos Estados Unidos com uma estagiária da Casa Branca), as mudanças culturais provocadas pela série “Sexo e a Cidade” foram alguns dos fatores que levaram a mais famosa empresa de lingerie do século XX a explorar a sexualidade, de forma a vender os seus produtos.

Para além de revelar o lado misógino de alguns dos dirigentes da Victoria’s Secret, como salienta a CNN, o documentário revela pormenores da ligação do CEO Les Wexner a Jeffrey Epstein o milionário que se suicidou na cadeia depois de condenado por tráfico sexual e abuso de menores entre outros crimes.

O The Guardian conta que Les Wener conheceu Epstein nos anos 80, quando necessitou de uma entrada na sociedade nova-iorquina. Mais tarde, foi ele quem lhe vendeu a casa que se tornaria palco de operações abusivas, assim como o jato privado conhecido por “Lolita Express”, onde o magnata se fazia acompanhar de jovens menores nas suas viagens.

Também Ghislaine Maxwell aparece no documentário, assim como Jean-Luc Brunel, um agente de modelos acusado de abuso tráfico sexual de menores, o que sempre negou.

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Nas mãos de Wexner, a Victoria’s Secret atingiu vendas de mais de sete mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros). Mas também “conquistou a capacidade de promover padrões de beleza irrealistas e a narrativa de sexo como forma de empoderamento feminino”, disse  Matt Tyrnauer, o realizador do documentário, ao The Guardian.

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Wexner renunciou ao cargo em 2020 e vendeu também a sua participação maioritária na empresa. Um ano mais tarde, a Victoria’s Secret anunciou a sua marca completa como um novo e inclusivo “VS Collective”.