Um tribunal russo condenou esta quinta-feira a basquetebolista norte-americana Brittney Griner a uma pena de prisão de nove anos e a uma multa de um milhão de rublos. Segundo a CNN, o juiz declarou que a atleta é culpada de tráfico de droga, um crime que diz ter sido cometido deliberadamente.

A jogadora da WNBA foi detida a 17 de fevereiro no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscovo, quando os serviços alfandegários encontraram vaporizadores que continham menos de uma grama de óleo de haxixe na sua bagagem.

Nas declarações finais durante a sessão de julgamento, Griner pediu leniência (brandura) e disse que não teve intenção de violar a lei russa. A jogadora já se tinha declarado culpada, mas explicou que cometeu um “erro honesto” enquanto arrumava as malas à pressa.

Os advogados da basquetebolista já indicaram que vão recorrer da decisão do tribunal. Num comunicado a que a CNN teve acesso, mostraram-se “desiludidos” com o veredito e acusaram o tribunal de ignorar as evidências que apresentaram.

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu prontamente à notícia, caracterizando a sentença como “inaceitável” e exigindo a libertação da basquetebolista.

Hoje, a cidadã norte-americana Brittney Griner recebeu uma sentença de prisão que lembra o que o mundo já sabe: a Rússia deteve Brittney injustamente. É inaceitável”, afirmou em comunicado.

Joe Biden garantiu que a sua administração vai continuar a trabalhar “incansavelmente” e seguir cada possível caminho para libertar Griner e o ex-fuzileiro Paul Whelan, também detido na Rússia.

A prisão de Griner ocorreu numa altura em que se agravaram as relações entre Washington e Moscovo por causa da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, a 24 de fevereiro.

No final de julho, foi noticiado que a administração norte-americana fez uma “oferta substancial” para libertar Griner e Whelan em troca de Viktor Bout, um traficante de armas russo que cumpre uma pena de 25 anos numa prisão dos Estados Unidos.

EUA oferecem à Rússia famoso traficante de armas em troca de Brittney Griner e Paul Whelan

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, já esteve a conversar com o ministro dos negócios estrangeiros russo, Sergey Lavrov, sobre a proposta. Blinken disse ter pressionado o Kremlin para aceitar o acordo, mas até agora ainda não foi anunciada nenhuma troca.