O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse esta sexta-feira que a Rússia está disponível para discutir uma eventual troca de prisioneiros com os Estados Unidos. Esta posição surge um dia depois de a basquetebolista norte-americana Brittney Griner ter sido condenada por um tribunal russo a uma pensa de prisão de nove anos e a uma multa de um milhão de rublos (mais de 16 mil euros) por tráfico de droga.
A CNN notícia que Lavrov admitiu que a Rússia está “pronta para discutir este tópico” da troca dos prisioneiros através de um canal diplomático já existente, mas deixa uma aviso aos EUA: o que disse ser uma “diplomacia de megafone” não funcionará no caso de Brittney Griner e apenas prejudicará os esforços quanto a uma eventual troca.
Os EUA já reagiram e confirmaram o seu interesse em discutir um acordo com a Rússia. “Vamos atrás disso”, garantiu esta sexta-feira o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken.
No final de julho, o canal norte-americano noticiava que os EUA fizeram uma “oferta substancial” à Rússia para libertar a basquetebolista Brittney Griner e o ex-fuzileiro Paul Whelan. Em troca, entregavam Viktor Bout, um conhecido traficante de armas russo que cumpre uma pena de 25 anos numa prisão norte-americana.
EUA oferecem à Rússia famoso traficante de armas em troca de Brittney Griner e Paul Whelan
Blinken já tinha pressionado o Kremlin a aceitar o acordo, mas só agora, com a condenação de Griner, é que a Rússia se mostrou disponível.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, que tinha classificado a condenação da atleta como “inaceitável”, mostrou-se “esperançoso” quanto ao interesse russo. “Estamos a trabalhar no duro”, afirmou.
Na quinta-feira, um tribunal russo condenou Griner que, nas declarações finais da sessão de julgamento pediu leniência (brandura) e disse que não teve intenção de violar a lei russa. A jogadora já se tinha declarado culpada, mas explicou que cometeu um “erro honesto” enquanto arrumava as malas à pressa.
Os advogados da basquetebolista indicaram que vão recorrer da decisão do tribunal. Num comunicado disseram estar “desiludidos” com o veredito e acusaram o tribunal de ignorar as evidências que apresentaram.