Além de centrar as atenções na central nuclear de Zaporíjia, a Rússia continua as investidas para controlar totalmente a região do Donbass e intensificou os ataques no norte e no noroeste de Donetsk, este domingo. E estará a juntar tropas no sul da Ucrânia para prevenir uma eventual contraofensiva perto de Kherson.
Este domingo está ainda a ser marcado por novos desenvolvimentos relacionados com o polémico relatório da Amnistia Internacional, que acusou a Ucrânia de estar a colocar em risco civis durante a resposta à invasão russa. E pela saída de mais quatro navios com cereais e outros bens alimentares para exportação.
O que aconteceu durante a manhã e a tarde?
- Depois de um relatório em que acusa a Ucrânia de colocar em risco civis durante as operações militares contra a Rússia, a Amnistia Internacional pediu desculpas pela “angústia e raiva” causadas pelo documento — que levou à demissão da líder da organização na Ucrânia.
- O Presidente ucraniano recusa dialogar com a Rússia se as forças russas decidirem realizar referendos nas áreas ocupadas sobre uma eventual adesão ao país de Vladimir Putin. “A posição do nosso país mantém-se como sempre foi. Não vamos abdicar de nada do que é nosso”, disse, na mensagem diária divulgada este domingo.
- Saíram dos portos da Ucrânia no Mar Negro mais quatro navios, este domingo, carregando quase 170 mil toneladas de milho e outros bens alimentares, ao abrigo do acordo mediado pela Turquia e a ONU, segundo a Reuters.
- O Papa Francisco saudou a retoma das exportações de cereais da Ucrânia, que classificou como “um sinal de esperança” e prova de que “é possível dialogar” para acabar com a guerra.
- Sete explosões foram registadas em Kharkiv, no leste da Ucrânia, segundo o The Kyiv Independent, que cita o presidente da Câmara, Ihor Terekhov. Não há feridos a registar. O jornal também noticia que mais de 50 explosões foram reportadas, este domingo, na região de Sumy, que tem sido um dos alvos constantes da Rússia.
- Pelo menos seis generais russos foram demitidos devido ao mau desempenho das forças russas na Ucrânia, segundo a análise diária feita pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As demissões foram agravadas “pela morte de pelo menos dez generais russos no campo de batalha na Ucrânia”.
- A Ucrânia está a investigar perto de 26 mil suspeitas de crimes de guerra no conflito na Ucrânia, tendo já acusado 135 pessoas, de acordo com o procurador responsável pelos crimes de guerra, à Reuters.
- Uma jornalista russa, Daria Aslamova, foi detida no Kosovo por suspeitas de espionagem, de acordo com o ministro do Interior do Kosovo. O mesmo responsável alega que Aslamova agiu como espiã dos serviços militares secretos da Rússia.
- A situação na central nuclear de Zaporíjia, que voltou a ser um dos pontos de batalha entre as tropas russas e ucranianas, está ainda longe de estar calma. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que falou por telefone com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre o “terror nuclear russo”, que “exige uma resposta mais forte da comunidade internacional — sanções contra a indústria nuclear russa e o combustível nuclear”.
- A Rússia estará a armazenar explosivos e munições nos arredores da central nuclear de Zaporíjia, de acordo com o Instituto para o Estado da Guerra, com sede nos EUA.
- O Ministério da Defesa da Rússia assegura que o exército russo destruiu, na região de Mykolaiv, 45 mil toneladas de munições recentemente enviadas pela NATO para a Ucrânia e abateu mais de 300 militares ucranianos.