O ator norte-americano Steven Seagal está de visita ao Donbass, no leste da Ucrânia. A notícia foi confirmada esta segunda-feira pelo líder separatista da autoproclamada República Popular de Donetsk, após várias fotos de Seagal na região terem começado a circular nas redes sociais.

“Steven Seagal está a filmar um documentário sobre a guerra no Donbass”, revelou Denis Pushilin, que partilhou uma foto dos dois juntos.

Através do Telegram, o líder de Donetsk refere que o ator notou que “98% daqueles que falam do conflito na comunicação social” nunca ali estiveram, razão pelo qual o “mundo não sabe a verdade” sobre o que se passa. Segundo Pushilin, Steven Seagal quer mudar a forma como a guerra na Ucrânia é vista.

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O ator é conhecido por ser um admirador do Presidente russo, que considera um amigo pessoal e a quem descreveu como “um dos maiores líderes mundiais”. O The Guardian refere que, em 2014, chegou a vir em defesa de Vladimir Putin quanto à anexação da Crimeia, afirmando que o seu desejo de proteger os cidadãos na região que falam russo era algo “muito razoável”.

Em 2017, Seagal foi banido de entrar na Ucrânia por cinco anos, ao ser declarado uma “ameaça à segurança nacional”, refere o Washington Post. A proibição, que tem sido associada à sua defesa da anexação da península, surgiu meses depois de Putin lhe ter concedido um passaporte e a cidadania russa, em novembro de 2016.

Segundo Max Seddon, jornalista do Financial Times em Moscovo, Seagal aproveitou a estadia para visitar a prisão de Olenivka, onde ocorreu um ataque que provocou a morte de 53 prisioneiros de guerra ucranianos.

A Ucrânia e a Rússia trocaram acusações sobre a autoria deste ataque, com Moscovo a indicar que as forças ucranianas usaram vários HIMARS fornecidos pelos EUA. Já Kiev diz que o ataque russo serviu para encobrir evidências de tortura aos detidos. No estabelecimento prisional estavam detidos dezenas de ucranianos capturados após a queda de Mariupol, em maio, incluindo membros do batalhão Azov.

Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de ataque a prisão e morte de dezenas de presos