O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, veio finalmente quebrar o silêncio da Justiça norte-americana que se seguiu às buscas à casa do ex-Presidente norte-americano Donald Trump. Garland revelou esta quinta-feira que o Departamento da Justiça solicitou a um tribunal federal a divulgação pública dos documentos que fundamentaram a operação, incluindo o mandado de buscas. Mas esta não foi a única novidade, com Garland a admitir que foi ele próprio a assiná-lo.

“Eu aprovei pessoalmente a decisão de procurar um mandado nesta questão”, afirmou, citado pela CNN. O procurador norte-americano garantiu que, no dia das buscas, os advogados do ex-Presidente, que estavam no local, receberam uma cópia dos documentos.

“O Departamento apresentou uma moção para tornar públicos o mandado e o recibo à luz da confirmação pública do antigo presidente sobre a busca, as circunstâncias circundantes e o interesse público substancial neste caso”, disse Garland. E acrescentou: “O cumprimento fiel ao estado de direito é o princípio fundamental do Departamento de Justiça e da nossa democracia. Defender o estado de direito significa aplicar a lei de forma uniforme, sem medo ou favor. Sob minha supervisão, é exatamente isso que o Departamento de Justiça está a fazer.”

Na segunda-feira, dezenas de agentes do FBI entraram no resort Mar-a-Lago, que pertence a Trump, e fizeram buscas nos aposentos privados do antigo Presidente. “Eles até abriram o meu cofre!”, queixou-se num comunicado que enviou à CNN e que serviria para confirmar publicamente as buscas judiciais.

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Num extenso comunicado, revelado por uma jornalista da CNN no Twitter, Trump reclamou ser “vítima de perseguição” sem precedentes, sendo este “um tempo negro para a nação”. “Tal assalto só poderia ocorrer em países partidos e do terceiro mundo. Tristemente a América tornou-se um deles, com um nível de corrupção nunca antes vista”, acusou.

Entretanto, Trump sugeriu que o FBI – polícia de investigação federal – terá “plantado” provas falsas durante as buscas à sua mansão para o incriminar, embora não tenha apresentado de qualquer prova.

Este foi o primeiro mandado emitido contra um ex-Presidente dos EUA, com as buscas a serem descritas como algo “sem precedentes”.

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