O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, veio finalmente quebrar o silêncio da Justiça norte-americana que se seguiu às buscas à casa do ex-Presidente norte-americano Donald Trump. Garland revelou esta quinta-feira que o Departamento da Justiça solicitou a um tribunal federal a divulgação pública dos documentos que fundamentaram a operação, incluindo o mandado de buscas. Mas esta não foi a única novidade, com Garland a admitir que foi ele próprio a assiná-lo.
“Eu aprovei pessoalmente a decisão de procurar um mandado nesta questão”, afirmou, citado pela CNN. O procurador norte-americano garantiu que, no dia das buscas, os advogados do ex-Presidente, que estavam no local, receberam uma cópia dos documentos.
“O Departamento apresentou uma moção para tornar públicos o mandado e o recibo à luz da confirmação pública do antigo presidente sobre a busca, as circunstâncias circundantes e o interesse público substancial neste caso”, disse Garland. E acrescentou: “O cumprimento fiel ao estado de direito é o princípio fundamental do Departamento de Justiça e da nossa democracia. Defender o estado de direito significa aplicar a lei de forma uniforme, sem medo ou favor. Sob minha supervisão, é exatamente isso que o Departamento de Justiça está a fazer.”
Na segunda-feira, dezenas de agentes do FBI entraram no resort Mar-a-Lago, que pertence a Trump, e fizeram buscas nos aposentos privados do antigo Presidente. “Eles até abriram o meu cofre!”, queixou-se num comunicado que enviou à CNN e que serviria para confirmar publicamente as buscas judiciais.
Num extenso comunicado, revelado por uma jornalista da CNN no Twitter, Trump reclamou ser “vítima de perseguição” sem precedentes, sendo este “um tempo negro para a nação”. “Tal assalto só poderia ocorrer em países partidos e do terceiro mundo. Tristemente a América tornou-se um deles, com um nível de corrupção nunca antes vista”, acusou.
— Kaitlan Collins (@kaitlancollins) August 8, 2022
Entretanto, Trump sugeriu que o FBI – polícia de investigação federal – terá “plantado” provas falsas durante as buscas à sua mansão para o incriminar, embora não tenha apresentado de qualquer prova.
Este foi o primeiro mandado emitido contra um ex-Presidente dos EUA, com as buscas a serem descritas como algo “sem precedentes”.