Não era propriamente uma surpresa, teve agora confirmação do próprio. “Algumas coisas vão mudar aqui para o ano e mesmo eu vou estar noutra equipa. Será o fim da geração dois destes carros e o fim de uma era também aqui nesta equipa. Vencemos um Campeonato do Mundo, houve momentos também muito importantes e que me marcaram, por isso vai ser um fim de semana emocionante”, assumira António Félix da Costa antes das duas provas em Seul que iriam não só terminar o Mundial de 2022 mas também finalizar um caminho em conjunto de três anos com a DS Techeetah que valeu um título em 2020.

E melhor início seria complicado para o piloto português na Coreia do Sul: depois do nono lugar alcançado na primeira prova realizada este sábado, Félix da Costa começou o dia com a pole position naquele que era o 100.º ePrix da Fórmula E. Edoardo Mortara assumiria depois a liderança da corrida seguido pelo belga Stoffel Vandoorne (que se viria a sagrar campeão), com o piloto da DS Techeetah a jogar com aquilo que o carro lhe dava e a defender uma posição no pódio. No entanto, um toque acabou por atirar o português para a última posição, não conseguindo depois ir mais além do que uma décima posição.

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Assim, e quando tinha todas as condições para fechar a época e a ligação ao conjunto francês com mais um pódio e o top 5 da classificação geral, Félix da Costa acabou por cair para a oitava posição em 2022. Stoffel Vandoorne, da Mercedes, sagrou-se campeão com 213 pontos, à frente do Jaguar de Mitch Evans (180). Fecharam os cinco primeiros do ano Edoardo Mortara (ROKiT Venturi, 169), Jean-Éric Vergne (DS Techeetah, 144) e Lucas di Grassi (ROKiT Venturi, 126). António Félix da Costa acabou com 122 pontos.

Assim, o português terminou o ano de 2022 com uma vitória (Nova Iorque 2), dois pódios (Nova Iorque 2 e Marraquexe), duas pole positions (Marraquexe e Seul 2) e dez top 8 em 16 corridas, um saldo globalmente melhor do que em 2021 apesar de ter terminado também no oitavo lugar. Em 2020, no ano de estreia na DS Techeetah, Félix da Costa foi campeão com três vitórias e seis pódios em 11 corridas.

Da tempestade à bonança: Félix da Costa ganha ePrix de Nova Iorque e consegue primeira vitória do ano

Agora, e de acordo com a imprensa especializada, o futuro do português deverá passar pela Porsche, em equipa com o alemão Pascal Wehrlein que terminou o Mundial de 2022 na décima posição com 71 pontos. Félix da Costa deverá ocupar a posição de André Lotterer, que foi 12.º com 63 pontos. Os próximos dias trarão as confirmações em relação ao futuro do piloto que, em entrevista ao programa Nem tudo o que vai à rede é bola da Rádio Observador, adiantara apenas que procurava um projeto que lhe permitisse lutar pelo título na Fórmula E e no Mundial de Endurance. Foi por isso também que, como explicou na mesma conversa, foi recusando nos últimos meses convites para ser piloto de testes de equipas da Fórmula 1.

“Recebi propostas de 90% das equipas da Fórmula E e já fui visitar equipas da F1 para terceiro piloto e piloto de desenvolvimento”