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Afinal, foi o Diogo que os deixou feitos num 8 (a crónica do FC Porto-Sporting)

Este artigo tem mais de 1 ano

Muito se falou de Matheus e da posição 8 mas o futebol também se pode resumir ao mais simples: FC Porto esteve mais vezes por cima mas Sporting encontrou uma parede em todas as oportunidades (3-0).

Otávio teve um bom regresso ao onze, Evanilson inaugurou o marcador na primeira parte mas foi Diogo Costa a terminar como MVP do jogo
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Otávio teve um bom regresso ao onze, Evanilson inaugurou o marcador na primeira parte mas foi Diogo Costa a terminar como MVP do jogo

Otávio teve um bom regresso ao onze, Evanilson inaugurou o marcador na primeira parte mas foi Diogo Costa a terminar como MVP do jogo

O tema comum era Matheus Nunes, a palavra que deu o mote era aziado. “Já vi em muitos títulos que ando aziado, desta vez cabe ao Rúben [Amorim] um bocadinho isso… Mas de certeza que não preparou a equipa com essa azia, preparou-a o melhor possível estrategicamente para nos surpreender. O Matheus era um jogador importante na dinâmica do Sporting. Não estará ele, estará outro”, disse Sérgio Conceição. “Se estou insatisfeito, claro que sim. Em relação à azia, o mister Sérgio Conceição, mesmo sendo campeão e ganhando títulos, está sempre muito mais aziado do que eu. Temos personalidades diferentes. Faz muita falta, não contava perdê-lo mas agora é preparar com os que temos”, respondeu Rúben Amorim.

FC Porto vence Sporting por 3-0 com dois penáltis no segundo tempo e lidera Liga isolado

O jogo começava a ser jogado ainda antes do apito inicial, à luz de uma venda que praticamente desviou o foco de todas as atenções até à véspera do primeiro clássico da temporada. Ambos os técnicos relativizavam a importância do mesmo numa fase tão precoce da temporada, com essa ideia curiosa de Sérgio Conceição de ser um jogo “de quatro pontos e meio e nada mais”. No entanto, e depois do empate dos leões a abrir o Campeonato em Braga, uma vitória do FC Porto daria uma folga de cinco pontos. Sim, existiam ainda mais 93 em discussão até ao final da prova, mas como o futebol é momento e o momento do Sporting era tudo menos futebol pelos contornos da venda de Matheus Nunes, existia um peso extra no Dragão. Uma coisa é certa: seria, à semelhança do que tem acontecido, um jogo de treinadores e para treinadores.

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Sem Vitinha e Fábio Vieira como opções (em relação a Mbemba a substituição foi mais prática e até teve Marcano na frente de David Carmo aproveitando o castigo do central no início da temporada), o FC Porto passou por mais um processo de transformação tático e a nível de modelo de jogo. Ainda sem Otávio, a cumprir também dois jogos de sanção no arranque da época, a aposta em Grujic e Danny Loader, a par da colocação de Pepê mais por dentro e de Evanilson muitas vezes a partir da direita para o meio, deu aos dois laterais outra margem de movimentos em busca da largura. Quando funcionou, quando as peças mexeram onde e como deviam, o ataque foi um rolo compressor (Supertaça e Marítimo); quando alguns jogadores não conseguiram oferecer à equipa o que ela necessitava, foram muitas as dificuldades (Vizela).

Já o Sporting tentava reinventar não um mas dois setores. Por um lado, um meio-campo sem Palhinha (e agora sem Matheus Nunes) que perdia agressividade na recuperação e nas compensações mas ganhava em parte qualidade na primeira fase de construção e no ataque em organização; por outro, um ataque que nesta fase não conta com a única referência mais fixa dentro da mobilidade sempre presente (Paulinho) mas que ao mesmo tempo perdeu o jogador que melhor interpretava esse jogo, Sarabia. Pedro Gonçalves, o Pedro Gonçalves de 2020/21 e não o de 2021/22, voltou a ser uma figura dominante e Marcus Edwards mostrou-se mais entrosado com a ideia da equipa mas era um processo em construção que, logo no início oficial do seu percurso, tinha de encontrar novas fórmulas de suprir a falta de uma peça vital.

Se no plano meramente teórico faltava apenas saber quem substituía Matheus Nunes neste encontro em específico, com uma probabilidade grande de ser Morita à luz da coerência que Rúben Amorim foi sempre demonstrando no comando dos verde e brancos, na prática havia muito por decifrar nas opções iniciais que iriam entrar em campo já com Otávio de regresso a um lugar que nunca deixou de ser seu. O individual iria sempre aparecer para desequilibrar mas à luz de um coletivo que fosse capaz de surpreender equipas que se conheciam bem mas que têm margem para surpresas em nuances táticas para o clássico.

No final, a força coletiva do FC Porto acabou por fazer a diferença. Os dragões não fizeram o melhor dos jogos mas estiveram mais vezes por cima e resumiram o futebol ao que acaba sempre por ficar: os golos e a eficácia nas oportunidades. Porque mesmo entre dificuldades na posse, na circulação e na presença no último terço, o Sporting teve uma bola no poste e três chances flagrantes onde encontrou um verdadeiro muro na baliza. E foi assim que as individualidades vieram ao de cima. Com João Mário a dar a tal largura e profundidade pela direita, com Otávio a fazer prevalecer a sua influência pelo meio na equipa, com Bruno Costa a disfarçar dentro do possível uma titularidade surpresa pela lesão de Grujic. Por mais que se tenha falado de Matheus Nunes e da posição 8, foi Diogo Costa que deixou os leões feitos num 8.

Ficha de jogo

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FC Porto-Sporting, 3-0

3.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

FC Porto: Diogo Costa; João Mário, Pepe, Marcano, Zaidu (Wendell, 87′); Uribe, Bruno Costa (Eustáquio, 72′); Otávio, Pepê (Gabriel Veron, 87′); Taremi (Galeno, 72′) e Evanilson (Toni Martínez, 87′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, David Carmo, Danny Loader e André Franco

Treinador: Sérgio Conceição

Sporting: Adán; Luís Neto (Nuno Santos, 70′), Coates, Gonçalo Inácio; Pedro Porro, Ugarte (Ricardo Esgaio, 90+1′), Morita (Rochinha, 70′), Matheus Reis (St. Juste, 79′); Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Marcus Edwards (Fatawu, 79′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Nazinho, Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Evanilson (42′), Uribe (78′, g.p.) e Galeno (86′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Ugarte (16′), Neto (40′), Zaidu (41′), Morita (42′) e Matheus Reis (76′); cartão vermelho direto a Porro (75′)

O encontro começou com as características esperadas (em campos contrários, com essa particularidade de Coates ter invertido a habitual ordem das equipas tal como na época passada), tendo um FC Porto em zonas de pressão mais altas sempre que possível para forçar o erro logo na primeira fase de construção do Sporting e um conjunto leonino a construir por dentro para lançar por fora, tendo Francisco Trincão e Pedro Gonçalves nas alas com Marcus Edwards no meio mas com muita liberdade para tirar referências aos centrais azuis e brancos. E foi pelas laterais, neste caso pelo lado esquerdo, que nasceu a primeira grande oportunidade da partida tendo Pedro Gonçalves a passar por Pepe, a assistir Matheus Reis por dentro e Morita a aproveitar a segunda bola para rematar com estrondo ao poste de um Diogo Costa estático (11′). No minuto seguinte, Pedro Gonçalves fez o movimento diagonal ao contrário mas chegou atrasado.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Sporting em vídeo]

Fosse pela ação dos laterais a criar desequilíbrios, fosse pelas presenças de Morita mais à frente do que se poderia esperar, o Sporting começou melhor mas bastou uma ameaça do FC Porto após uma bola parada com Pepe a cabecear para um desvio que não apareceu por ação de Adán (17′) para as características até aí terem uma mudança, com maior capacidade nesse período dos azuis e brancos para travar a construção dos visitantes e para colocar mais em jogo Pepê e Taremi, nessa fase os elementos que mais mexiam com o jogo ofensivo dos dragões. Mais do que conseguir brilhar, o FC Porto crescia por impedir o Sporting de jogar e foi essa capacidade de impedir que as posses dos leões tivessem mais do que meia dúzia de passes que colocou a equipa azul e branca na sua zona de conforto, ainda que sem oportunidades.

O encontro entrava depois numa fase de (ainda) mais paragens, com alguns amarelos por faltas a meio-campo e um que acabou por fazer a diferença na sequência da jogada: os jogadores do Sporting ficaram a contestar uma admoestação a Morita por falta sobre Taremi, por momentos houve uma desconcentração bem aproveitada pelo FC Porto para lançar João Mário pela direita, a bola ficou a pingar na área depois do choque entre Adán e Taremi (sem falta do avançado, depois de revisão do VAR) e Evanilson só teve de encostar para a baliza deserta (42′). O Sporting ficava em desvantagem mas só mesmo por ação de Diogo Costa não empatou antes do intervalo, com Trincão a atirar após cruzamento de Matheus Reis para grande defesa (45+2′) e Gonçalo Inácio a desviar de cabeça para nova intervenção decisiva (45+3′).

A reentrada em jogo teve novidades naquilo que tinha sido o primeiro tempo, com o Sporting a revelar uma maior capacidade de posse e um posicionamento de Pedro Gonçalves mais pelo meio que lhe dava outro protagonismo. A par disso, que não valeu mais do que um canto e duas tentativas de remate, o FC Porto tinha um outro problema paralelo com as queixas físicas de Taremi, que foi assistido mas continuou em campo. Ainda assim, a primeira oportunidade depois do intervalo pertenceu aos dragões, de novo com João Mário a subir pela direita, a cruzar atrasado e Bruno Costa a rematar pouco por cima (54′). Na área contrária, após combinação com Trincão, Porro perdeu tempo para rematar e perdeu a bola (57′).

Não só o Sporting conseguia ter mais bola como o próprio FC Porto recusava manter as mesmas linhas mais altas de pressão como na primeira parte, dando em algumas fases a iniciativa aos leões para depois procurar as transições com Pepê e os laterais ou a profundidade com Evanilson e Taremi. Nem um nem outro chegava onde queria, começando a surgir espaço para os treinadores mexerem no jogo a partir do banco. A 20 minutos do final, Rúben Amorim foi o primeiro lançando Nuno Santos e Rochinha para os lugares de Neto e Morita (com Pedro Gonçalves a descer para ‘8’ e Matheus Reis para central); logo na resposta, Sérgio Conceição apostou em Eustáquio e Galeno em vez de Bruno Costa e Mehdi Taremi.

Ainda antes de se perceber a real capacidade que as alterações de Rúben Amorim poderiam produzir, um substituto de Sérgio Conceição fez toda a diferença: na sequência de um lance de envolvimento entre Pepê e Evanilson que começou num pontapé longo de Diogo Costa, Galeno aproveitou um ressalto após defesa de Adán para cabecear para a baliza sem guarda-redes e Pedro Porro não conseguiu evitar o reflexo da defesa com a mão, sendo expulso com vermelho direto e permitindo que Uribe aumentasse a vantagem para 2-0 (78′), praticamente sentenciando aquilo que seria o jogo até ao final perante a superioridade numérica que dava outro conforto na ocupação de espaços e na capacidade de sair em transições rápidas. No entanto, Diogo Costa voltou a ser decisivo, travando um remate de Fatawu isolado na área (83′), antes de Adán cometer mais um penálti sobre Galeno que o brasileiro converteu no 3-0 final (87′).

 
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