No Dia da Independência da Ucrânia, que se celebra esta quarta-feira, Volodymyr Zelensky divulgou uma mensagem destacando a forma como a guerra, que teve início há seis meses, mudou o país e o mundo.
“Durante estes seis meses, mudámos a História, mudámos o mundo e mudámos”, começou por dizer o governante, num discurso divulgado no site da Presidência ucraniana. “Agora sabemos com certeza que é mesmo nosso irmão e amigo e quem não sequer é um conhecido. (…) Percebemos quem é quem. E o mundo inteiro aprendeu quem são os ucranianos. O que é a Ucrânia. Ninguém voltará a dizer: [a Ucrânia] fica ali, perto da Rússia.”
Destacando que no decorrer da invasão a Ucrânia aprendeu a respeitar-se, Zelensky afirmou que o país percebeu também que, apesar da ajuda e apoio, ninguém pode lutar pelos ucranianos pela independência. “E estamos unidos”, garantiu. Apesar de o Exército ucraniano não ter sistemas avançados de lançamento de rockets, existem pessoas “com vontade de parar os tanques com as suas próprias mãos”.
“O povo ucraniano e a sua coragem inspiram o mundo inteiro. Deram uma nova esperança à humanidade de que a justiça não abandonou totalmente o nosso mundo cínico. E que não é a força que ganha, mas a verdade. Que não é o dinheiro, mas os valores. Que não é o petróleo, mas as pessoas.” Através do seu exemplo, a Ucrânia deixou uma marca no mundo e, no futuro, os livros de História terão um capítulo intitulado “O tempo em que a Ucrânia uniu o mundo”. “Quando a democracia voltou a ter dentes. Quando a tirania recebeu uma resposta numa linguagem que entende”, disse Zelensky.
Também a Europa sofreu uma mudança. “Alguém disse: a Europa já não é um jogador. Fraca, separada, passiva, adormecida. A Ucrânia revigorou o continente inteiro”, defendeu o governante, destacando ainda que nunca houve um momento em que a opinião pública tivesse tanto peso.
“Hoje, as pessoas ditam as tendências e as regras de comportamento das autoridades. Ser indiferente, inativo e lento é uma vergonha. Ser indeciso e demasiado cauteloso é uma vergonha. Falar devagar, de forma vaga e demasiado diplomática é uma vergonha. Não apoiar a Ucrânia é uma vergonha. (…) Hoje ouvimos os líderes mundiais e os cidadãos comuns: estaremos com vocês até ao fim, até à vitória.”
Lembrando todos aqueles que lutaram e lutam pela independência ucraniana, Zelensky garantiu que a Ucrânia vai lutar até ao fim. “Não nos interessa que tipo de exército têm, o que nos interessa é a nossa terra”, disse, garantindo que o governo não chegará a um acordo com “terroristas” que mataram milhares de pessoas que alegadamente queriam “libertar”.
“Enfrentamos este dia em circunstâncias e condições diferentes e em fusos horários diferentes, mas com um objetivo — a preservação da independência e a vitória da Ucrânia”, frisou o Presidente ucraniano. “Estamos unidos. Feliz Dia da Independência”, concluiu.