Da parte do PCP, não há qualquer elogio a fazer a Mikhail Gorbachev nem ao legado que deixou como último presidente da União Soviética. O partido de Jerónimo de Sousa reagiu, esta quarta-feira, à morte de Gorbachev, descrevendo-o como “um dos principais responsáveis pela destruição da União Soviética” — para o PCP, “o reconhecimento e os rasgados elogios” que União Europeia, Estados Unidos e NATO lhe fazem “falam por si”.

Em comunicado, os comunistas são duros nas críticas ao antigo líder da URSS. Para o PCP, o que Gorbachov fez — e que hoje faz com que o seu papel histórico seja reconhecido — foi destruir a União Soviética e restaurar o capitalismo na Rússia, “quando o que se impunha era o aperfeiçoamento do socialismo”.

Mikhail Gorbachev. O homem no arame

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Assim, Gorbachev ajudou a “abrir caminho à contra-ofensiva do imperialismo” para recuperar o terreno que tinha perdido durante o século XX, “com as graves consequências que daí advieram para os direitos dos trabalhadores, a soberania dos povos, a segurança na Europa e a paz no mundo”.

Aliás, prossegue o partido, a ação de Gorbachev ao agir para acabar com a Guerra Fria e reformar a União Soviética — uma ação que lhe valeu, de resto, o prémio Nobel da Paz em 1990 — foi uma das que contribuíram, através da tal ofensiva imperialista, para resultados como as guerras “da Jugoslávia, do Iraque, da Líbia, da Síria, do Iémen, da Ucrânia, entre outras”.

O PCP termina o seu comunicado de forma lacónica: “O reconhecimento e rasgados elogios que lhe são despendidos pelos responsáveis dos EUA, da UE e da NATO falam por si”. Deste lado, não há nada a lamentar.