O chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeriy Zaluzhnyi, reivindicou esta quarta-feira a autoria de uma série de ataques perpetrados contra bases russas na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. E, numa publicação na rede social Twitter, o Ministério da Defesa voltou a apostar no humor para deixar uma ameaça aos ocupantes: é tempo de partir. “A previsão do tempo indica que vai estar muito quente na Crimeia. É tempo para os invasores russos se prepararem para um mergulho. É preciso muita força para nadar até Sochi ou Yeysk (cidades russas)”, pode ler-se na publicação. “Já agora, o Guinness Book pode incluir um novo recorde para o percurso de natação mais longo em águas abertas”, acrescenta.
The weather forecast says it is going to be very hot in Crimea.
It's time for the rus invaders to prepare for a swim. It takes a lot of strength to swim to Sochi or Yeysk.
BTW the Guinness Book of World Records may include a new record for the longest open water swim.— Defense of Ukraine (@DefenceU) September 7, 2022
Num artigo de análise publicado na agência de notícias Ukrinform, assinado em parceria com Mykhailo Zabrodskyi, primeiro Vice-Presidente do Comité de Segurança Nacional, Zaluzhnyi relata ataques “bem sucedidos” na região, incluindo na base aérea russa de Saki.
As declarações representam uma mudança de atitude na postura da Ucrânia, que até agora negou responsabilidade nos casos, e colocam um desafio à posição do Presidente russo, que já se referiu à Crimeia como uma “terra sagrada”. A região tem importância estratégica, uma vez que oferece apoio logístico às forças russas para manter a ocupação de algumas regiões ucranianas. Além disso alberga a frota russa do Mar Negro e as suas bases aéreas têm sido usadas para lançar ataques contra os militares ucraniano.
Imagens de satélite mostram pelo menos oito aviões russos destruídos na base aérea de Saky
O desafio às autoridades russas tem sido também feito via redes sociais. E com humor. O Ministério da Defesa tem-se mesmo destacado pelos comentários e piadas que tem difundido na conta do Twitter, onde procurar ridicularizar a Rússia. À época da explosão na base de Saky chegou a deixar um conselho aos inimigos: “Respeitem as regras de não fumar”. Logo a seguir partilhava uma imagem com uma grande nuvem de fumo negro e com aquilo que parecem ser cabanas de praia (numa alusão a imagens que mostram pessoas a fugir da praia na sequência das explosões), onde se podia ler: “A presença de tropas de ocupação no território da Crimeia ucraniana não é compatível com a alta temporada turística.”
“Respeitem as regras de não fumar”. Ucranianos gozam com russos sobre explosões na Crimeia
Não se ficou por aí e foi mais longe com um vídeo em que aconselhava os “convidados russos” a partir. Começava por mostrar imagens paradisíacas da Crimeia, a que se seguiam vídeos que mostram vários turistas a fugir da praia no momento de ataques.
Unless they want an unpleasantly hot summer break, we advise our valued russian guests not to visit Ukrainian Crimea.
Because no amount of sunscreen will protect them from the hazardous effects of smoking in unauthorised areas.
????Bananarama pic.twitter.com/NnWnpZqMhR— Defense of Ukraine (@DefenceU) August 11, 2022
“A menos que queiram ter umas férias desagradavelmente quentes, aconselhamos os nossos valiosos convidados russos a não visitar a Crimeia ucraniana. Nenhuma quantidade de protetor solar vai conseguir protegê-los dos efeitos perigosos de fumar em áreas não autorizadas”, pode ler-se na mensagem. No final do vídeo, o Ministério ucraniano deixa uma mensagem clara: a “Crimeia é Ucrânia”.
O presidente da Ucrânia tem repetido por várias vezes que a guerra “começou na Crimeia e deve terminar com a Crimeia” libertada, alertando que não haverá uma paz estável no Mediterrâneo enquanto a Rússia usar esse território como “base militar”.