O Governo iraniano condenou neste sábado as sanções impostas pelos Estados Unidos, principalmente ao ministério das Informações iraniano, acusado de ser responsável pelo ciberataque massivo dirigido contra a Albânia em julho.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, disse que as alegações norte-americanas contra o ministro Esmail Khatib são “falsas e não foram provadas”, informou a imprensa estatal iraniana.

A Albânia, Estado-membro da NATO, foi alvo de ciberataques massivos em julho, atribuídos por Washington e Tirana ao Irão.

Na sequência deste ataque, o Governo albanês decidiu na quarta-feira romper as relações com Teerão, e Washington ameaçou retaliações pelo ataque dirigido ao aliado balcânico.

A embaixada iraniana em Tirana recebeu de imediato uma notificação oficial exigindo que o conjunto do seu pessoal diplomático, técnico, administrativo e de segurança abandonasse o país nas próximas 24 horas.

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Naser Kanani acusou ainda Washington de “usar organizações criminosas” contra o país persa, como a Organização dos Mujahidines do Povo do Irão (OMPI).

“Esta organização criminosa continua a desenvolver um papel como uma das ferramentas da América para a realização de atos terroristas, ciberataques e guerras psicológicas contra o Governo e o povo iraniano”, disse o diplomata iraniano.

O porta-voz acusou também os Estados Unidos de terem “forçado” a Albânia a acolher membros da OMPI no seu território, causando problemas diplomáticos entre Tirana e o Irão.

Cerca de três mil membros do grupo têm um campo em Manez, uma aldeia albanesa localizada nas proximidades da cidade costeira de Durres.

Desde 2013 que a Albânia acolhe no seu território, a pedido dos Estados Unidos e da ONU, membros da OMPI, um movimento no exílio proibido no Irão e que integra destacados opositores ao regime iraniano.

Os mujahidines organizam regularmente encontros em Manez. Mas em 2022 o encontro previsto para julho foi adiado pela OMPI por “motivos de segurança” não especificados.

Após décadas de isolamento na cena internacional sob a ditadura de Enver Hoxha, a Albânia efetuou uma viragem em direção ao ocidente, com a adesão à NATO em 2009 e a apresentação do estatuto de candidato à União Europeia.