A União Europeia planeia suspender 70% das verbas dos fundos de coesão à Hungria. Segundo a Reuters, a Comissão Europeia deverá oficializar o corte das verbas no próximo domingo. Na origem, estão acusações de corrupção por parte do regime do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

No discurso sobre o Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já tinha mandado um recado a Viktor Orbán: “Devemos lutar pelas nossas democracias… E eu gostava de me focar na corrupção”, sugeriu, nunca mencionando, ainda assim, o caso húngaro.

De acordo com a Reuters, que cita o organismo europeu antifraude, a Hungria registou o maior número de irregularidades no que diz respeito ao uso de fundos europeus, ignorando princípios como a transparência e a responsabilidade nos concursos públicos.

“A Hungria não é uma democracia verdadeira”, comentou à agência de notícias Gwendoline Delbos-Corfield, uma legisladora francesa pertence ao grupo parlamentar dos Verdes. Para além da corrupção, o regime de Orbán é acusado de pôr em causa os direitos dos migrantes, das minorias LGBT+ e de tentar controlar a liberdade de imprensa.

Por tudo isto, Ursula von der Leyen deverá anunciar a suspensão de 70% dos 22,5 mil milhões de euros dos fundos de coesão que deveriam ser entregues à Hungria no âmbito do quadro financeiro plurianual 2021-27. E, apesar de não ter sido oficializada, esta provável medida já teve impacto na economia magiar, registando-se uma queda da moeda do país, o forint.

Budapeste garante que cumpre as normas comunitárias, tendo prometido a implementação de um organismo anti-corrupção, de forma a não perder os fundos oriundos de Bruxelas.

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