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Além das exceções já anunciadas à mobilização parcial, o ministro de Defesa da Rússia revelou que os trabalhadores especializados em tecnologias de informação, banqueiros e jornalistas que trabalhem para empresas estatais não serão convocados.

Alguns setores tiveram de ser excluídos para “garantir o trabalho de indústrias de alta tecnologia específicas, bem como o sistema financeiro russo”, disse Sergei Shoigu, citado pela BBC.

O ministro referiu que os empregadores devem organizar e enviar uma lista dos trabalhadores que estejam abrangidos pelos critérios que isentam a convocatória.

Anteriormente já tinham sido divulgados alguns critérios de exclusão. Quem já atingiu a idade limite para cumprir o serviço militar fica isento e o mesmo acontece aos que forem declarados inaptos por uma comissão militar médica. No caso dos reclusos, se um veredito judicial impuser uma pena de prisão, a pessoa é automaticamente excluída da lista.

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Quem vai vai ser mobilizado para combater na Ucrânia e quem escapa à guerra? O que já se sabe

O decreto oficial de mobilização parcial, que entrou em vigor a 21 de setembro, é claro: apenas serão chamados a apresentar-se ao serviço militar os soldados na reserva com experiência militar prévia. Um universo que o Ministério da Defesa estima ser de cerca de 300 mil, uma informação que não foi confirmada por fontes independentes. No entanto, alguns comentadores observaram que o texto do decreto é vago, uma decisão que poderá ter sido propositada para permitir aumentar o número de convocados, se necessário.

De facto, um parágrafo do decreto é confidencial e está marcado como “uso oficial”, refere o jornal independente russo Meduza. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, refere que essa secção diz respeito ao número de russos que poderão ser recrutados, algo que não pode ser divulgado. Um fonte da administração de Putin disse ao jornal independente Novaya Gazeta Europe que o parágrafo em questão permite ao  Ministério da Defesa chamar até um milhão de russos para combater, uma alegação já negada pelo Kremlin.

Na sequência da decisão, despoletaram protestos em várias cidades. Num só dia foram detidas mais de 1300 manifestantes, segundo uma contagem da organização de defesa dos direitos civis OVD-Info. Os russos começaram também a procurar formas de sair do país. Imagens divulgadas pela Sky News mostram longas filas de carros na fronteira da Rússia com a Géorgia. A situação repete-se na fronteira com a Finlândia, onde, segundo o porta-voz da guarda fronteiriça finlandesa milhares de russos continuaram a tentar passar nesta sexta-feira.

O início da mobilização ficou marcado, segundo o The Guardian, por convocatórias entregues a homens elegíveis à meia-noite, professores pressionados a entregar notas para o recrutamento e homens com apenas uma hora para reunirem pertences e comparecerem em centros de recrutamento.

As imagens do primeiro dia de mobilização parcial na Rússia: “Adeus, pai, volta por favor!”

Nos últimos dias, centenas de homens em todo o país têm sido embarcados em autocarros para serem transportados para unidades militares.