O Governo de António Costa passou, no espaço de seis meses, de uma avaliação de desempenho expressivamente positiva para números de popularidade menos positivos. Uma sondagem publicada esta sexta-feira no semanário Expresso, feita pelo ICS/ISCTE, revela que quase metade (49%) dos inquiridos considera a prestação do Governo “má” ou “muito má”.

Enquanto quase metade dos portugueses considera o desempenho do Governo “mau” (35%) ou “muito mau” (13%), apenas 1% classificou a ação do executivo socialista como “muito boa”. A maior fatia, porém, está nos 41% que consideram o desempenho “bom”.

Em março, dois meses depois das eleições e altura em que o Governo tomou posse, 65% dos inquiridos tinham uma avaliação positiva. O semanário do grupo Impresa recorda que este era o melhor resultado da série de estudos, 10 pontos percentuais acima da segunda melhor, registada em abril de 2021.

Em setembro, passados seis meses, as opiniões positivas dos inquiridos baixaram consideravelmente até aos 42% – o valor mais baixo em dois anos e meio de sondagens compiladas pelo Expresso. As opiniões negativas passaram dos 28% de março para o valor mais alto, nos 49%.

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A sondagem inclui, também, uma análise às intenções de voto dos portugueses. O PS continua a liderar, com 37%, mas regista uma variação desfavorável de quatro pontos. Já o PSD não regista variação, apesar da mudança de líder político e do recuo da popularidade do executivo socialista, ficando nos 28%.

Já as intenções de voto no Chega subiram quatro pontos, para 11%, enquanto a CDU não regista variação (4%), assim como o Bloco de Esquerda, que se mantém nos 4%. As intenções de voto na Iniciativa Liberal recuaram dois pontos, para 3%, enquanto a intenção de voto no PAN sobe um ponto, para 3%.

Dois terços trocavam apoio de 125 euros por redução no IRS

Além do Expresso, também o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias publicam sondagens nas edições desta sexta-feira. A sondagem feita pela Aximage para estes jornais revela que os inquiridos chumbam o pacote de combate à inflação, o “Famílias Primeiro”. Os resultados revelam que 67% dos portugueses estariam dispostos a trocar o apoio de 125 euros, que será pago em outubro, por uma redução das taxas de IRS.

Ainda assim, a medida dos 125 euros é aquela que mais entrou na memória dos portugueses – 42% refere esta medida como aquela de que se recordam em primeiro lugar, seguida pelo apoio aos pensionistas (18%). As medidas que passam mais despercebidas são os impostos reduzidos sobre os combustíveis (2%), a tarifa reduzida do gás e o limite ao aumento das rendas, ambas com 1%.

Já os pensionistas vêem com maus olhos a medida da “meia pensão” de apoio, com 61% a chumbar a solução do Governo.

A sondagem também tentou medir o pulso aos portugueses sobre o custo de vida. A esmagadora maioria (89%) relata um aumento do custo de vida em relação há um ano, enquanto 80% antecipa que o custo de vida continue a ser maior daqui a um ano.

(atualizada com mais informação)

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