O Irão e os Estados Unidos alcançaram um acordo para a troca de prisioneiros, divulgou esta segunda-feira a agência noticiosa iraniana Nour, dois dias depois de um cidadão iraniano-norte-americano detido por Teerão ter sido autorizado a deixar o país.
Foi acordada a troca de quatro prisioneiros [norte-americanos] no Irão por quatro prisioneiros [iranianos] nos Estados Unidos”, informou a agência noticiosa, sem avançar se a troca já foi concretizada.
Os Estados Unidos da América (EUA) ainda não comentaram se a troca de prisioneiros foi concretizada.
A notícia da troca de prisioneiros surgiu depois de a ONU ter anunciado, no sábado, que Baquer Namazi, um cidadão de 85 anos com dupla nacionalidade (iraniana e norte-americana), que estava detido e proibido de deixar o Irão desde fevereiro de 2016, tinha sido libertado da prisão e autorizado a abandonar o Irão.
O filho de Namazi, detido há sete anos, também foi libertado e está “em casa em Teerão”, disse o advogado de ambos.
Segundo precisou a agência Nour, a libertação de Namazi não está relacionada com o acordo esta segunda-feira anunciado.
Pelo menos dois outros cidadãos norte-americanos estão atualmente detidos no Irão: Emad Sharqi, um investidor cuja condenação a 10 anos de prisão por espionagem foi feita em janeiro de 2021, e Morad Tahbaz, que tem também nacionalidade britânica, detido em 2018 e que se encontra em liberdade provisória desde julho.
Segundo a agência Nour, o acordo entre os dois países abrange também “a libertação de recursos em moeda estrangeira da Coreia do Sul para o Irão”.
No domingo, após o anúncio da libertação de Namazi, a agência noticiosa oficial Irna indicou que Teerão estava à espera da libertação de 7.000 milhões de dólares (cerca de 7.140 milhões de euros) provenientes dos fundos congelados no exterior.
No entanto, os Estados Unidos classificaram a informação como “completamente falsa”, pois não existe qualquer ligação entre os dois processos.
Com a continuação das negociações através de intermediários entre o Irão e os Estados Unidos, o Banco Central de um dos países da nossa região foi designado para depositar ali os fundos libertados da Coreia do Sul para o Irão”, reportou a agência Nour, sem avançar pormenores.
Em janeiro de 2021, Teerão acusou Seul de reter 7.000 milhões de dólares pertencentes ao Irão, pedindo repetidamente a devolução de tal montante.
Vários milhões de dólares de fundos iranianos foram congelados em vários países – incluindo na China, Coreia do Sul e Japão – desde que os Estados Unidos voltaram a impor sanções à República Islâmica, após se terem retirado unilateralmente, em 2018, do acordo internacional sobre o controverso programa nuclear iraniano.