Minuto 9. O Dragão levantou-se, entre palmas e cânticos, para homenagear Taremi. Desta feita, e ao contrário do que aconteceu na sexta-feira contra o Sp. Braga, o motivo não foram as críticas que o avançado ouve por simular ou não grandes penalidades. Desta feita, o motivo foi superior: lembrar o país de Taremi, o Irão, e os protestos que há vários dias lá decorrem depois da morte de uma mulher sob custódia policial após ter sido detida por estar a usar incorretamente o hijab.

Há dias assim, em que o sonho de Zaidu alimenta o sonho de um grupo. E são dias bonitos (a crónica do FC Porto-Bayer Leverkusen)

Para além dos aplausos e das canções, os adeptos do FC Porto exibiram uma enorme tarja em tons de verde, branco e vermelho — as cores da bandeira do Irão. Para além de ter feito parte das atitudes de solidariedade demonstradas pela seleção iraniana durante a pausa para os compromissos internacionais, Taremi criticou recentemente o regime do país e disse mesmo que não festejou os golos da partida contra o Sp. Braga devido ao que se passa no Irão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Dentro de campo e com a vitória frente ao Bayer Leverkusen, Sérgio Conceição fez história e tornou-se o treinador do FC Porto com mais triunfos na Liga dos Campeões — 17. Ao derrotarem os alemães no Dragão, os dragões somaram os primeiros pontos na fase de grupos da Liga dos Campeões depois das derrotas contra o Atl. Madrid e o Club Brugge e ainda beneficiaram do desaire dos espanhóis na Bélgica, reentrando definitivamente nas contas do apuramento para os oitavos de final. Atualmente, o Club Brugge lidera o Grupo B com nove pontos, enquanto que FC Porto, Atl. Madrid e Bayer Leverkusen estão todos empatados com três pontos.

O FC Porto nunca tinha vencido o Bayer Leverkusen, alcançando esse feito à terceira alternativa, e manteve o registo invicto contra alemães em casa — passando mesmo a ter um historial global positivo frente a clubes da Alemanha, com 17 vitórias contra 16 derrotas e oito empates. Zaidu abriu o marcador depois de ser lançado já durante a segunda parte, fez o segundo golo da carreira na Liga dos Campeões e, no final da partida, era um homem satisfeito.

“Estes três pontos foram muito importantes para o nosso clube e para os nossos adeptos, agradecemos a todos pelo apoio. Foi uma vitória importante para podermos continuar a caminhar até à última jornada da Liga dos Campeões. Golo? É algo normal, trabalhamos este tipo de lances todos os dias. Tenho de aparecer na área para ajudar o nosso clube. O nosso mister pede aos laterais para fazerem isso”, revelou o nigeriano à Eleven Sports.

Já Sérgio Conceição, também na zona de entrevistas rápidas, explicou que o minuto da grande penalidade que Patrik Schick não concretizou não foi necessariamente o momento do jogo. “O Diogo está lá para isso, para defender. O momento do jogo são vários. A jogada do primeiro golo é uma jogada fantástica, conseguimos um golo muito bonito, numa Liga dos Campeões, o que não é fácil. Por vezes não é fácil equilibrar, do primeiro ao ultimo minuto queremos sobrepor-nos ao adversário mas nem sempre é possível, porque o adversário tem qualidade”, começou por dizer.

“Houve alguma precipitação na primeira parte, demos alguma iniciativa ao adversário. Houve uma ou outra correção ao intervalo, o que foi fundamental para a segunda parte. A segunda parte foi totalmente nossa e fizemos dois golos. Golos de dois suplentes? É o mesmo treinador que meteu a equipa a jogar em Vila do Conde e o mesmo treinador que meteu a equipa e passou a mensagem com que perdemos 0-4 com o Club Brugge. Nós passamos a mensagem, o que pensamos sobre cada jogo. Temos de ser consistentes como equipa, a nível defensivo, porque isso é a base para termos uma equipa sólida, compacta. E depois, sim, partir para ferir o adversário. Não há varinha mágica, não há nada. Há trabalho. Ganhámos hoje e vamos com tudo para Portimão, para ganharmos um jogo difícil. Depois pensaremos no jogo na Alemanha”, concluiu Conceição.