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O Presidente russo, Vladimir Putin, foi confrontado por um alto dirigente pela má gestão da guerra na Ucrânia, avança esta sexta-feira o Washington Post, que cita fontes dos serviços de informações norte-americanos. O mesmo jornal adianta que o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, foi informado do sucedido. O Kremlin acabou por confirmar que já existiram “desentendimentos”, mas recusou que isso signifique “divisões” sobre o rumo da “operação militar especial”.
A identidade do alto dirigente não foi revelada, mas a Casa Branca conseguiu ter acesso a essa informação. Esta é a primeira vez que vem a público um desentendimento no círculo mais próximo de Vladimir Putin, principalmente no que concerne à ofensiva ucraniana. As críticas estão relacionadas com os erros cometidos no campo de batalha.
Além disso, de acordo com o órgão norte-americano, os serviços de informaçōes de Washington conseguiram apurar que existem divisões no Kremlin sobre o desenrolar da guerra. Perante isto, Vladimir Putin tem optado por se isolar cada vez mais, tomando ele próprio maioria das decisões sobre o conflito na Ucrânia.
“Desde o início da ocupação [da Ucrânia] assiste-se a um alarmismo crescente do círculo mais próximo e Putin”, comentou fonte dos serviços secretos do Ocidente ao Washington Post. “As nossas avaliações sugerem que este alarmismo exarcebou-se pelas recentes perdas da Rússia, pelo comando pouco eficaz e pelas imensas deficiências militares.”
Outra fonte ocidental refere que as tensões dentro do Kremlin “são consistentes com a maneira” como a guerra está a ser avaliada “pelos russos”: “Há muitas pessoas que estão convencidas que não está a correr bem ou que não se está a tomar as ações mais adequadas”.
Confrontado com esta notícia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que “existem desentendimentos em alguns momentos”. “Alguns pensam que devíamos de agir de forma diferente”, sublinhou, acrescentando que existem “discussões de trabalho” sobre inúmeros tópicos, como “o sistema económico, a condução da operação militar e a educação”. “Isto faz parte do processo normal de trabalho e não é sinal de qualquer divisão.”
Porém, Dmitry Peskov classificou as informações recolhidas pelo Washington Post como “não sendo verdadeiras”.