910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Enzo, um Mago entre o Feiticeiro e um momento de bruxaria (a crónica do Benfica-Rio Ave)

Este artigo tem mais de 2 anos

Schmidt assumiu pela primeira vez uma gestão mais profunda com cinco mudanças mas bastaram só 45 minutos do argentino para tudo ficar resolvido entre um lance para os "apanhados" de Jhonatan (4-2).

Enzo Fernández isolou João Mário para assistir para o 1-0, fez a assistência para o 3-1 de Ramos e saiu ao intervalo a pensar no jogo com o PSG
i

Enzo Fernández isolou João Mário para assistir para o 1-0, fez a assistência para o 3-1 de Ramos e saiu ao intervalo a pensar no jogo com o PSG

DeFodi Images via Getty Images

Enzo Fernández isolou João Mário para assistir para o 1-0, fez a assistência para o 3-1 de Ramos e saiu ao intervalo a pensar no jogo com o PSG

DeFodi Images via Getty Images

O resultado tinha sido o mesmo, a perceção do resultado foi diametralmente oposta (e os números finais também ajudavam nessa linha). Desde abril que o Benfica não tinha dois jogos consecutivos sem ganhar mas a forma como a equipa se bateu com o todo poderoso PSG na Luz, num duelo onde teve momentos por cima e terminou com a última oportunidade, quase apagou o nulo em Guimarães que travou a série de 13 vitórias consecutivas desde o início da época. Agora, antes da deslocação a França para defrontar outra vez Messi, Mbappé, Neymar e companhia, os encarnados recebiam o Rio Ave. Era só mais um jogo de Campeonato? Sim. Mas um jogo onde, além do enorme desgaste físico que a receção aos parisienses tinha deixado, havia a oportunidade de manter ou dilatar a vantagem de três pontos antes do clássico no Dragão.

Benfica vence Rio Ave entre poupanças para o PSG e mantém liderança da Liga antes do clássico no Dragão

“A equipa está bem, os jogadores que jogaram na quarta-feira de início estão um pouco cansados mas eu penso que é sempre bom sair do jogo com uma boa sensação. Estamos preparados para o próximo jogo. A nossa tarefa é estarmos prontos.Vamos jogar em casa, queremos lutar pelos três pontos. Penso sempre no onze para o jogo seguinte, só temos dois dias de repouso mas a minha decisão final será amanhã [sábado]. O Rio Ave é um adversário difícil, tem jogadores de qualidade e estamos preparados para um jogo difícil. Mudanças na equipa? É algo que eu estou sempre a pensar. A situação de agora é especial, entre quarta e sábado são três dias e depois são mais dois dias para o jogo seguinte. Temos de pensar na melhor abordagem. São decisões que vou tomar, a título definitivo, antes do jogo”, explicara Roger Schmidt.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Fosse por questões físicas (Enzo Fernández assumiu após o jogo em Guimarães que se sentiu cansado e voltou a cair pela mesma razão a partir dos 60′ do encontro com o PSG) ou disciplinares (Rafa levava já quatro amarelos e estava em risco para o clássico), as probabilidades de alterações na equipa eram bem maiores do que o normal, tendo em conta que nos 15 jogos anteriores rodara apenas a posição de lateral direito e uma vez o meio-campo com Aursnes, além das trocas por lesões de David Neres e Morato.

“13 jogadores com mais minutos do que todos os outros? É um bom sinal, isto quer dizer que podemos jogar várias vezes com o mesmo onze inicial. Às vezes temos de fazer alterações porque há lesões. Há um novo treinador, novos jogadores, temos uma nova abordagem e por isso há a pressão para ganhar. Quando queremos conquistar títulos temos de estar preparados desde o primeiro minuto, temos de ter uma equipa confiável e se termos essa oportunidade de jogar com a mesma equipa em vários jogos vamos aproveitar. Mas cada jogo é um jogo e vou pensando o que é melhor para a equipa. Não posso dizer o que vai acontecer nas próximas semanas. Todas as pessoas à volta da equipa estão sempre a tentar ajudar os jogadores a recuperar da melhor forma possível”, comentara antes da partida com os vila-condenses.

“Todas as equipas estão motivadas para jogar com o Benfica, sentimos isso nos jogos fora de casa mas também em casa. As equipas são muito motivadas. Fico sempre impressionado com as abordagens dos outros treinadores. Têm autoconfiança, vêm jogar futebol e espero um jogo difícil desde o pontapé de saída. Mostrámos no jogo da Champions que estamos presentes, frente à Juventus fizemos um jogo muito bom”, acrescentara ainda sobre a receção ao Rio Ave, única equipa capaz de bater o FC Porto na Liga com 3-0 ao intervalo e com apenas uma derrota (Sp. Braga) nos últimos seis encontros realizados na prova.

Desta vez, ou pela primeira vez, o alemão assumiu que a equipa não aguentaria mais um encontro sem alterações de fundo mas fez uma gestão inteligente dos principais elementos: primeiro, poupou os laterais (Bah e Grimaldo), um dos médios (Florentino Luís) e dois criativos (David Neres e Rafa); ao intervalo, e já a ganhar por 3-1 entre um festival de oportunidades perdidas, tirou Enzo Fernández e Gonçalo Ramos; no segundo tempo, com as contas resolvidas, também João Mário saiu mais cedo. No entanto, e como se viu ao longo dos últimos 45 minutos, ter ou não Enzo em campo não é a mesma coisa. Não é uma questão de desgaste mas sim de posição. De equilíbrios. De critério. De qualidade. E o argentino voltou a ser o Mago da vitória do Benfica, entre o bis do Feiticeiro Ramos e um momento de bruxaria de Jhonatan.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

Benfica-Rio Ave, 4-2

9.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos; Gilberto, António Silva, Otamendi, Ristic; Aursnes, Enzo Fernández (Florentino Luís, 46′); Diogo Gonçalves, Draxler, João Mário (Rodrigo Pinho, 71′) e Gonçalo Ramos (Petar Musa, 46′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Grimaldo, Bah, Brooks, David Neres e Rafa

Treinador: Roger Schmidt

Rio Ave: Jhonatan; Josué, Aderllan Santos, Patrick William (Miguel Nóbrega, 75′); Costinha, Guga, Samaris (Vítor Gomes, 65′), Miguel Baeza (Ukra, 54′), Pedro Amaral; Aziz (Hernâni, 75′) e Fábio Ronaldo (Leonardo Ruíz, 65′)

Suplentes não utilizados: Magrão, Amine, João Graça e Paulo Vítor

Treinador: Luís Freire

Golos: Fábio Ronaldo (6′), Gonçalo Ramos (13′ e 45+1′), Jhonatan (19′), Petar Musa (62′) e Guga (86′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Costinha (57′), Petar Musa (58′) e Pedro Amaral (82′)

O encontro começou com Ristic a vestir a capa de Grimaldo e a subir pela esquerda como se fosse um ala a combinar com Diogo Gonçalves, tendo até uma maior veia aventureira em relação ao espanhol ao surgir na área para falhar o primeiro esboço de oportunidade do jogo já depois de um grande cruzamento tenso que não teve desvio na área (5′). No entanto, e logo no minuto seguinte, o Rio Ave inaugurou o marcador numa jogada de livro a nível de transição que teve Samaris a fazer o lançamento na profundidade para Aziz, o melhor marcador da equipa a assistir no corredor central Fábio Ronaldo e o avançado a picar por cima do ombro de Vlachodimos (6′). O 5x4x1 sem bola dos visitantes tinha direito a brinde mas falhou por muito o prémio. E foi uma mera questão de tempo até aos encarnados escreverem outra história no encontro.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Rio Ave em vídeo]

Logo de seguida e quase de rajada, Gonçalo Ramos desviou a rasar o poste um cruzamento rasteiro de João Mário à direita (8′). Três minutos depois, foi Diogo Gonçalves a ficar novamente perto do empate. O golo parecia uma questão de tempo e não demoraria muito mais, em mais uma prova de como o futebol ganha outra dimensão sempre que a bola passa pelos pés de Enzo Fernández: passe de génio do argentino a encontrar João Mário na área descaído sobre a direita, cruzamento tenso para Gonçalo Ramos e desvio do avançado isolado para o 1-1 (13′). Não ficaria por aí, neste caso com muito demérito próprio à mistura: Diogo Gonçalves viu um remate sair por cima prensado num defesa (16′), Jhonatan impediu o bis de Gonçalo Ramos após passe de Draxler (18′) mas teve depois um dos piores momentos da carreira, ao dominar uma bola sem oposição para a própria baliza e a fazer um autogolo digno de “apanhados” (19′).

A “ordem natural” do encontro tinha sido retomada, com o Benfica a ter depois um período de controlo do jogo para controlar um início a todo o gás que deu também espaço para uma transição conseguida ao Rio Ave. No entanto, seriam apenas dez minutos para encher o balão e ter um final de primeiro tempo que acabou por decidir a partida: Jhonathan defendeu um grande remate à entrada da área que levava selo de golo (35′), Gilberto teve de seguida um cabeceamento à figura do guarda-redes brasileiro que merecia outra conclusão (36′), Diogo Gonçalves arriscou também de pé direito sem sucesso (37′). Havia confiança para dar e vender no processo, como se percebeu numa tentativa de remate de Enzo Fernández pouco depois do meio-campo (42′), e o argentino teria ainda tempo para assistir para o 3-1 de Gonçalo Ramos no primeiro minuto de descontos, numa grande receção na área após novo passe de antologia do médio.

A pensar já no encontro com o PSG, e percebendo da mossa que a partida com os franceses na Luz acabou por deixar, Schmidt optou por trocar logo ao intervalo Enzo Fernández e Gonçalo Ramos por Florentino Luís e Petar Musa. O Rio Ave também mostrou uma face um pouco mais capaz em termos ofensivos e capaz de jogar uns metros mais à frente mas o futebol do Benfica caíra sem o pêndulo argentino a meio-campo que domina todas as ações com ou sem bola. Pelo corredor central não dava, pelos laterais ainda havia capacidade de desequilíbrio e foi assim que nasceu o 4-1, com Ristic a ter mais um cruzamento tenso e rasteiro para a área e Musa a não perdoar (62′). Logo depois, em nova movimentação que começou em João Mário, Diogo Gonçalves veio da esquerda para o meio mas Jhonatan defendeu bem (65′).

A partida estava de vez decidida, havendo pouco depois um dos momentos altos com o Estádio da Luz a aplaudir de pé a saída de Samaris, um momento que deixou o grego em lágrimas tal como já tinha sucedido poucos momentos antes do apito inicial. E houve um claro abaixamento do ritmo, da intensidade e da capacidade de provocar desequilíbrios no último terço, com Rodrigo Pinho a ter um remate de pé direito que saiu ao lado, Ristic a tentar um livre direto de pé esquerdo que saiu por cima e Guga a marcar o melhor golo do encontro, num remate em arco de fora da área sem hipóteses para Vlachodimos (86′). Pinho ainda marcou nos descontos após passe de Draxler mas o alemão estava fora de jogo (90+2′).

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.