São precisas duas estrelas gigantes — conhecidas como binário Wolf-Rayet 140 — a interagir a mais de cinco mil anos-luz da terra e durante mais de uma centena de anos para criar aquilo que a partir desta quarta-feira fica conhecido como “impressão digital cósmica”. A imagem foi registada pelo telescópio James Webb e divulgada pela NASA.

A própria criação dos anéis de poeira é demorada: a cada oito anos as estrelas passam próximas uma da outra e a colisão dos ventos solares “cria” um anel de poeiras. Segundo a explicação da NASA, é o fluxo de gás que as estrelas emanam que resulta em poeira. E se na imagem as poeiras parecem anéis — como os de Saturno –, segundo o astronomo Ryan Lau, a geometria 3D das estruturas assemelha-se a uma concha.

“O espaçamento uniforme entre as conchas indica que os eventos de formação de poeira acontecem num compasso certo: uma vez a cada órbita de oito anos. Neste caso, as 17 conchas podem contar-se como anéis de árvores, mostrando mais de 130 anos de formação de poeiras”, explica Ryan Lau que confirma ainda que a NASA comparou as descobertas mais recentes com os modelos geométricos de poeiras de Yinuo Han, um estudante de doutoramento da Universidade de Cambridge.

Segundo Lau, “as conchas mais distantes da estrela binária atravessaram mais de 70 mil vezes a distância da Terra ao Sol, a velocidades de cerca de dez milhões de quilómetros por hora”.

Para se ter uma maior consciência das dimensões, refira-se que o binário Wolf-Rayet 140 é composto por uma estrela Wolf-Rayet que tem pelo menos 25 mais massa que o Sol e uma estrela supergigante azul que será ainda maior.

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